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04/Jul/2023

Cúpula do Mercosul: revisão no acordo com a UE

No discurso de abertura da cúpula do Mercosul, o chanceler da Argentina, Santiago Cafiero, defendeu a revisão do acordo comercial com a União Europeia por, na sua visão, não responder aos desafios do cenário atual. A declaração se dá no momento em que as negociações entre as partes, embora na reta final, estão travadas após os europeus apresentarem um documento adicional ao acordo que prevê sanções às nações sul-americanas em caso de descumprimento de normas ambientais. O dispositivo irritou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que negocia a retirada do trecho para sancionar o acordo comercial. A cúpula do Mercosul começou nesta segunda-feira (03/07) em Puerto Iguazú, na Argentina, que passará a presidência pro-tempore do bloco para o Brasil. Para Cafiero, o texto do acordo UE-Mercosul é um esforço desigual entre blocos assimétricos e não responde ao cenário atual.

Para materializar potencialidades e para que acordo tenha bons resultados para ambas as partes, é necessário trabalhar e atualizar os textos de 2019., afirmou o chanceler. A gestão Alberto Fernández defende o avanço nas negociações com os europeus, mas mediante ajustes. O documento adicional sobre ambiente apresenta visão parcial do desenvolvimento sustentável excessivamente focado no ambiental, com escassa consideração sobre desenvolvimento econômico e social. Ele defendeu que é preciso reagir em conjunto ao chamado protecionismo verde. Isso está ancorado em preocupação genuína, mas na prática pressupõe proteção da produção e produto dos países desenvolvidos que afeta comércio em geral, mas em particular países como os produtores de alimentos e matérias primas, entre os quais são setores essenciais e fundamentais das economias do Mercosul.

Ao defender seu ponto de vista, o chanceler argentino citou trechos do tratado, com diferenças entre liberação de tarifa de exportação entre as duas partes. Os bens industriais importados da União Europeia não estão submetidos a nenhuma taxa. A margem de negócios ficou mais restrita para um bloco do que para o outro. O acordo pode ser oportunidade para reacomodar desequilíbrios e reajustá-lo a um mundo que mudou nos últimos quatro anos. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que o Brasil vai apresentar, "em alguns dias", uma contraproposta de reação à carta adicional da União Europeia para a formalização do acordo comercial com o Mercosul. O documento europeu tornou-se o novo entrave para o tratado, ao tentar permitir sanções a membros do Mercosul por questões ambientais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.