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03/Jul/2023

Região Centro-Oeste: líder no aumento populacional

Os dados iniciais do Censo 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 28 de junho, põem o Centro-Oeste como região com maior aumento proporcional de habitantes. A média anual foi de 1,2% ao ano, ante taxa nacional de 0,52%, a menor dos últimos 150 anos. Por trás da alta está o avanço do agronegócio, um dos motores do PIB que resistiram aos sobressaltos da economia nacional na última década. Para além das cifras e da população, o protagonismo crescente do interior do País é cada vez mais evidente até no universo pop, com o sucesso da música sertaneja nos streamings e a frequência da região em novelas, a exemplo do remake de Pantanal (2022) e de Terra e Paixão (em exibição), ambas da TV Globo. Segundo a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), o agronegócio é o grande propulsor, mas não é o único. O avanço do setor faz aumentar a oferta de emprego em outras áreas, como no funcionalismo público e no comércio local, por exemplo.

Para a Universidade de Brasília (UnB), existe uma busca por mais estrutura e qualidade de vida. Há também a questão dos serviços que essas cidades oferecem. As pessoas saem das periferias das grandes cidades atraídas por melhor qualidade de vida. Abadia de Goiás (GO), por exemplo, ocupa o topo da lista de cidades com maior aumento de domicílios, quase triplicou na comparação com o Censo 2010, além de ter registrado o segundo maior crescimento populacional do País, só atrás de Canaã dos Carajás (PA). Abadia é um exemplo de cidade que não tem o agro como atrativo. O setor agrícola, aliás, representa 5% do orçamento do município. Quase metade da arrecadação vem de serviços, seguida da indústria metalmecânica. O município de Querência (MT) viu sua população dobrar entre 2010 e o ano passado, de 13 mil para 26 mil habitantes, e é um símbolo da força dos grãos na mudança da população. Começou com a monocultura de soja, depois chegou a produção de milho e, agora, investe em projetos de irrigação a partir de poços artesianos.

A cidade, a 927 Km de Cuiabá, tem inclusive um aeroporto. O prefeito afirma que há oportunidades para os empreendedores poderem investir. O resultado é que a arrecadação cresce, assim como a demanda. No SUS, há mais de 29 mil pessoas cadastradas. É um desafio muito grande. Se, por um lado, o crescimento populacional é importante para o município, por outro gera custo e gasto muito grandes. É preciso muita articulação, que a maioria dos municípios não tem, afirma a UFMT. As cinco maiores cidades de Mato Grosso, incluindo Cuiabá, são do setor produtivo. E um quarto das cidades tem menos de 5 mil habitantes. Os serviços de atenção à saúde e de educação muitas vezes não estão preparados para atender essa população, afirma a UnB. Muitas cidades que se formaram no entorno das grandes metrópoles hoje apresentam grande pobreza. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.