30/Jun/2023

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará na próxima terça-feira (04/07), em Puerto Iguazú, Argentina, para participar da LXII Cúpula do Mercosul e levará como mensagem principal seu compromisso em aprovar o acordo comercial do bloco com a União Europeia, mas sob condições. Também será o início da presidência pró-tempore do Brasil, que termina em dezembro. Lula tem reiterado críticas ao documento adicional ao acordo comercial apresentado pela União Europeia, que abre possibilidade de sanções ao Mercosul em caso de descumprimentos. Além disso, o presidente não aceita incluir no tratado as compras governamentais. Será uma oportunidade, naturalmente, para o presidente Lula reafirmar o interesse do governo brasileiro junto aos parceiros do Mercosul de seguir agenda ambiciosa de acordos comerciais.

A posição do presidente para a cúpula é a reafirmação em seguir a agenda externa no Mercosul; a necessidade de fazer ajustes nos textos recebidos e negociados entre Mercosul e União Europeia, mas com clara sinalização política de que há interesse em avançar nos acordos e chegar a um bom resultado, equilibrado e interessante, adequado a todas as partes. Essa é a mensagem que o presidente Lula deverá levar. Não há previsão, contudo, da elaboração de uma carta-resposta ao documento adicional da União Europeia, como cobrou a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, em reunião com Lula. O assunto ainda está em discussão técnica nos países. Depois, deve ser negociado internamente no Mercosul e, só então, apresentado aos europeus.

Lula tem prestigiado discussões sobre a integração da América do Sul em diferentes fóruns, inclusive o Mercosul, grupo para o qual deseja ver o retorno da Venezuela apesar do regime autoritário em vigor no país vizinho. A questão da Venezuela, no entanto, não está na pauta do encontro da semana que vem. A mensagem principal é ampla, é a repriorização da integração regional em todos os seus âmbitos, no mais profundo, antigo e consolidado do Mercosul. O Brasil está trabalhando para recuperar a integração sul-americana, que já existe em termos comerciais. Mas, quer integrar em várias outras áreas, como infraestrutura e defesa. Essa cúpula é particularmente relevante porque o Brasil assume a presidência pró-tempore em um contexto de retomada da integração. Não estão previstos novos acordos nem a revisão da chamada Tarifa Externa Comum (TEC). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.