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29/Jun/2023

China está rivalizando com EUA e Rússia na Ásia

Em maio, o presidente chinês Xi Jinping se encontrou com os cinco líderes das ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central em uma cúpula em Xi'an. Mais que um encontro diplomático comum, a presença de Xi Jinping demonstrou um interesse especial no evento: consolidar seus laços na região de olho na batalha por influência mundial com os Estados Unidos. E, de quebra, minar a influência da Rússia sobre nações historicamente ligadas a ela. Foi a primeira vez que as maiores autoridade da China e do Cazaquistão, Uzbequistão, Tajiquistão, Turcomenistão e Quirguistão se encontraram presencialmente desde que estabeleceram laços, há mais de três décadas. E aconteceu enquanto em Hiroshima, no Japão, os líderes do G-7 se reuniam em uma cúpula paralela. Dois detalhes que, para os analistas, sinalizam a importância dada ao encontro, apelidado de C+C5.

É claramente uma disputa por influência entre a China e o Ocidente liderado pelos Estados Unidos em meio ao que se chama de Nova Guerra Fria, segundo o especialista em Rússia e Ásia Central da Academia de Ciências Sociais de Xangai, Li Lifan. O encontro resultou em um pacote de acordos comerciais e investimentos no valor de US$ 3,8 bilhões (R$ 18 bilhões), ampliando um financiamento que cresce desde a Iniciativa Cinturão e Rota, iniciada em 2013. Em 2018, a China já investia US$ 15 bilhões (R$ 71 bilhões) nos cinco países da Ásia Central, ricos em reservas inexploradas de gás natural, petróleo, cobre e urânio. Como maior consumidora de energia do mundo e compartilhando fronteira com estas nações, os interesses da China na região são altos, e cresceram mais ainda nos últimos dois anos. O governo chinês não tenta substituir o papel de segurança da Rússia na Ásia Central. Em vez disso, introduz novas estratégias, como os sistemas de vigilância e desmobilização de protestos, e aumenta a sua influência através de áreas econômicas.

Somente o Turcomenistão, por exemplo, é responsável por 70% do gás que é importado pela China. Mais de 90 projetos industriais da região são financiados pela China e o valor das exportações e importações chegou a US$ 70 bilhões (R$ 333 bilhões) em 2022, segundo levantamento da revista The Economist. Em comparação, o comércio com a Rússia movimentou menos de US$ 40 bilhões (R$ 190 milhões) no mesmo período. Para a Universidade de Relações Exteriores da China, desenvolver e aprofundar laços com estes países é crucial para o governo chinês transformar a segurança da região e afastá-la do campo de influência dos Estados Unidos, que tem estreitado alianças com outros países asiáticos, a exemplo da Índia, Coreia do Sul e Filipinas. A China trabalha em várias frentes para mitigar a pressão dos Estados Unidos e seus aliados. Aumentar o investimento na Ásia fortalece a segurança da região para ela e a cooperação econômica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.