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27/Jun/2023

Brasil: fome grave atinge mais as famílias negras

De acordo com levantamento realizado pela rede Penssan, que reúne pesquisadores, em parceria com organizações da sociedade civil, dados inéditos da pesquisa que, no ano passado, revelou 33,1 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar grave estabelecem uma relação entre a fome e a discriminação racial e de gênero no País. Conforme um suplemento divulgado nesta segunda-feira (26/06), uma em cada cinco famílias chefiadas por pessoas autodeclaradas pretas (mais precisamente 20,6%) sofre com a fome no Brasil. O percentual é quase o dobro do verificado nos lares chefiados por pessoas brancas, onde a fome atinge 10,6%.

Quando se leva em conta o gênero, a situação é mais grave, já que 22% das famílias chefiadas por mulheres negras passam fome, também acima dos 13,5% observados nas famílias comandadas por mulheres brancas. Os números compõem a segunda pesquisa sobre insegurança alimentar no contexto da pandemia, cujos dados foram obtidos pelo Instituto Vox Populi entre novembro de 2021 e abril de 2022. O recorte divulgado nesta segunda-feira (26/06) mostra que mesmo em famílias comandadas por mulheres negras de maior escolaridade, isto é, mais de oito anos de estudos, a fome atinge 15,9% dos lares, quase o dobro do percentual nas famílias comandadas por mulheres brancas (8,3%).

A falta grave de alimentos em famílias com crianças (menores de dez anos) também é maior (23,8% dos casos) em lares chefiados por mulheres negras. A falta de alimentos e a fome são maiores entre as famílias chefiadas por pessoas negras, principalmente mulheres negras. É preciso urgentemente reconhecer a interseção entre o racismo e o sexismo na formação estrutural da sociedade brasileira para implementar e qualificar as políticas públicas, tornando-as promotoras da equidade e do acesso amplo, irrestrito e igualitário à alimentação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.