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27/Jun/2023

Países emergentes deverão liderar em desinflação

Segundo o Banco de Compensações Internacionais (BIS), o custo de vida no Brasil tem apresentado uma queda "digna de nota" e fará com que o País, ao lado de outros emergentes, lidere o movimento de desinflação ao redor do mundo. Apesar disso, ainda é muito cedo para dizer que a política monetária deve ser afrouxada. É preciso ter certeza absoluta de que o processo de desinflação está acontecendo de maneira adequada. A percepção é de que as políticas monetária e fiscal estão caminhando na mesma direção no País. O novo arcabouço fiscal, que acaba de ser aprovado no Senado e voltou para a Câmara dos Deputados, onde deve ser apreciado em última votação no mês que vem é positivo.

O novo arcabouço fiscal é poderoso e deveria trabalhar em conjunto com a política monetária para trazer um melhor cenário macro ao Brasil, com menor inflação, mais sustentabilidade fiscal e, então, mais oportunidades de crescimento. As falas do BIS ocorrem em meio a críticas do governo do presidente Luiz Inácio da Silva, reforçadas pelo empresariado brasileiro, quanto à demora do Banco Central para começar a cortar os juros no Brasil, mantidos em 13,75% ao ano, na semana passada. O BIS reforçou o alerta com o recente choque inflacionário no mundo e disse que é um "motivo de preocupação". Os mercados emergentes, contudo, têm navegado bem no cenário atual.

Em outros movimentos de aperto monetário nas economias desenvolvidas, esses países eram impactados uma vez que o aumento dos juros desencadeava uma realocação de portfólio, com saída de capital e volatilidade cambial. Mas, as nações emergentes se prepararam antes para a volatilidade externa, fortalecendo sua política monetária, acumulando mais reservas internacionais, além do fato de terem um forte sistema bancário. Muitos deles foram relativamente ágeis para responder, aumentando suas próprias taxas de juros domésticas de forma preventiva. Certamente, o Brasil foi um dos países, assim como o México e outros.

Isso facilitou muito o processo de ajuste porque, por outro lado, a desvalorização da moeda nacional não se concretizou e isso reduziu as pressões sobre a inflação. O BIS destacou, em seu relatório econômico anual, que os mercados emergentes elevaram as suas taxas de juros duas vezes acima do ritmo histórico e foram seguidos pelas autoridades monetárias de economias desenvolvidas. E também foram melhores em termos de crescimento econômico. Enquanto a economia global desacelerou o ritmo de expansão para 3,4% no ano passado ante 6,3% em 2021, os países emergentes conseguiram crescer 4% em comparação com a alta de 7,3% do ano anterior. Já os países desenvolvidos viram o ritmo se reduzir de 5,7% para 2,8%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.