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27/Jun/2023

Mercosul-UE: França dificulta assinatura do acordo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a França demonstra contrariedade à assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, negociado há 24 anos. Lula classificou a dificuldade nas tratativas como o principal problema na relação entre os países. Ele ainda chegou a dizer que o acordo pode não ser fechado por causa de divergências em setores econômicos considerados "essenciais". Lula vinculou o início de contrariedade à pressão feita sobre Emmanuel Macron por parlamentares franceses ligados ao agronegócio. Dias antes da visita oficial de Lula a Paris, a assembleia francesa aprovou por ampla maioria um veto político à assinatura do acordo, passo pendente nas negociações. Segundo Lula, Macron tem dificuldades no Congresso. Se for possível conversar com parlamentares mais à esquerda para ajudar que seja assinado o acordo, O Brasil fará. Segundo Lula, Macron indicou que não havia tema proibido na conversa, mas o presidente brasileiro considera difícil haver uma inflexão nesse ponto.

Lula defendeu um comércio mais livre quanto possível, exceto o que os países considerem “essencial”. O presidente brasileiro queixou-se de protecionismo contra países em desenvolvimento, mas tem negado a abertura do mercado brasileiro de aquisições públicas para fornecedores estrangeiros. Para Lula, é normal que a França tente defender sua agricultura, pode ser um ponto de mais dificuldade de inflexão. Mas, é normal eles compreendam que o Brasil não pode abrir mão das suas compras governamentais, porque se isso acontecer, a possibilidade de fortalecer a indústria normal chega a zero. Da mesma forma que a França tem que resguardar os interesses agrícolas, o Brasil tem que resguardar os interesses das pequenas e médias empresas com a não aceitação das compras governamentais. Lula disse que tanto o Mercosul quanto a União Europeia precisam da formalização do acordo e que acredita em um acerto. O fato de ter dois pontos nervosos e essenciais para os dois lados, não impedirá a negociação.

Lula conversou de modo privado sobre o assunto com o presidente francês, durante almoço no Palácio do Eliseu. Antes, disse que tinha interesse em fechar o acordo, mas que considerava uma “ameaça” a carta adicional com exigências ambientais apresentadas pela União Europeia. Lula acredita que a decisão final sobre o acordo de livre comércio entre os blocos sairá até o fim do ano. Ele afirmou que será importante conversar deixando a “arrogância” de lado. O acordo pode voltar a ser tema de conversas de alto nível no mês que vem, se Lula decidir comparecer a uma cúpula em Bruxelas, na Bélgica. O Mercosul trabalha para responder a carta climática da União Europeia até lá. O presidente havia delegado a missão ao vice-presidente Geraldo Alckmin. Contudo, reavalia o caso porque não quer passar a impressão de não dar importância ao encontro entre a CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americano e Caribenhos) e a União Europeia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.