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26/Jun/2023

EUA: dependência da China é um risco geopolítico

A China tem muitas armas que lhe dão vantagens geopolíticas, como o poderio militar e um vasto mercado consumidor. A maior preocupação dos Estados Unidos em relação ao país asiático, porém, é outra: a posição central da China nas cadeias de suprimentos globais. A China é responsável por quase 20% das exportações manufatureiras do mundo, pela produção de 66% das baterias de íon de lítio usadas em veículos elétricos, 86% dos minerais de terras raras e por 77% dos drones, de acordo com a União Europeia. A China também se tornou um fornecedor chave de ingredientes farmacêuticos ativos e do neônio utilizado para fabricação de semicondutores, por exemplo.

Por isso, a Representante de Comércio dos Estados Unidos, Katherine Tai, criticou o livre comércio e argumentou que ele ajuda a aumentar a dependência mundial em relação à China. Tratados de comércio anteriores contribuíram para que uma quantidade significativa de produtos viesse de países que não faziam parte do acordo e essas regras beneficiam justamente as nações que utilizam a competição desleal para se tornarem centros de produção. As regras das cadeias de suprimentos desses acordos reforçam aquelas cadeias que são frágeis e deixam os Estados Unidos vulneráveis. Essa dependência da China é algo que poderia ser usado como retaliação contra o Ocidente no caso de um aprofundamento na tensão em Taiwan, por exemplo.

Países como Holanda, Japão e Canadá detêm a maior parte do fornecimento de semicondutores, mas não são uma ameaça à segurança dos Estados Unidos. O presidente norte-americano, Joe Biden, dedicou parte de seus esforços na política externa para contornar esse problema. Cultivou laços com a Índia, que pode se tornar uma alternativa à China nos produtos manufaturados, e negociou acordos de minerais com a Europa. Apesar disso, o governo dos Estados Unidos quer evitar antagonizar de maneira desnecessária com o governo chinês e não quer ratificar as acusações de que segue com uma mentalidade da Guerra Fria.

O encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, não foi sobre a China, disse o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca para comunicações estratégicas. Os Estados Unidos não veem a Índia como um contrapeso à China. Assim como os Estados Unidos, a Índia tem desafios e uma relação complexa com a China, mas que o encontro entre os líderes em território norte-americano foi para estreitar laços e evoluir coletivamente nos setores de segurança, inteligência artificial, semicondutores e espaço. Porém, a China certamente estava entre os assuntos abordados na reunião. Os Estados Unidos seguem empenhados em construir diálogo com a China, e os líderes chineses têm indicado o mesmo interesse. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.