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23/Jun/2023

Mercosul-UE: Brasil cobra França sobre mudanças

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (22/06), que o Brasil tem autoridade moral para discutir a questão climática com o resto do mundo e reclamou que as negociações do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE), travadas por razões de exigências ambientais. Elas foram apresentadas em março por meio de uma carta adicional, o documento, disse Lula, é "inaceitável". Segundo Lula, do ponto de vista do clima, o Brasil tem autoridade moral para discutir com o resto do mundo de cabeça erguida o que quer para o futuro. O presidente cobrou uma relação mais civilizada entre a União Europeia e América Latina.

Para o presidente, a proposta não está de acordo com aquilo que é o sonho de países como o Brasil que querem ter o direito de recuperar sua industrialização. A carta adicional que a União Europeia mandou para o Mercosul é inaceitável porque coloca punição se não cumprir o Acordo de Paris. Nem mesmo a União Europeia cumpriu o Acordo de Paris. É preciso ter mais sensibilidade e humildade, afirmou Lula. Lula não antecipou termos do que vai propor, mas afirmou que tratará dos entraves ao acordo com o presidente da França, Emmanuel Macron. Segundo Lula, a França é dura na defesa de seu agronegócio. Ele desembarcou em Paris depois de o parlamento francês aprovar veto político à assinatura do acordo.

É preciso que cada um abra mão do perfeccionismo e do seu protecionismo, disse Lula, que cobrou a "verdadeira ajuda" de U$ 100 bilhões prometida pelos países ricos na COP 15, em Copenhagen, que jamais se concretizou. "A economia verde só vai existir de verdade se cada um cumprir com o que tem de cumprir. Os países desenvolvidos que já desmataram as suas florestas, que há muitos anos estão industrializado e, portanto, tem uma dívida histórica com o planeta, mais do que um país que começou a se industrializar agora, essa gente tem que pagar um pouco pelo que poluíram no passado para poder ter uma compensação e ajudar os países mais pobres, sobretudo da América Latina e continente africano que precisam muito de investimento e incentivo", afirmou o presidente.

Lula vai tentar formar um grupo com Indonésia e Congo para tratar de projetos de preservação florestal. Lula citou dados segundo os quais 87% da matriz energética elétrica do País é renovável contra 27% no restante do mundo. Quando se trata de combustíveis, a matriz brasileira é renovável na ordem de 50%, enquanto nos demais países o patamar é de 15%. O presidente citou ainda potenciais de exploração de energia solar, eólica e do hidrogênio verde. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.