21/Jun/2023

As pequenas empresas da China enfrentam um cenário de corte de funcionários, dificuldades para pagar dívidas e nervosismo com o futuro. A situação desses empreendimentos é um sinal de como anda a recuperação do país, já que eles são cruciais para a economia chinesa. Os pequenos e médios negócios empregavam cerca de 233 milhões de pessoas até o final de 2018, último período em que há registros públicos desse dado. Mas, números divulgados por credores mostram que essas companhias estão com dificuldades. O MYbank, credor que atua na internet e serve pequenas empresas, publicou em seu último relatório anual que os empréstimos vencidos há pelo menos 30 dias mais do que dobraram no ano passado. O banco, que é afiliado da gigante chinesa Ant Group, afirmou que o impacto da pandemia e o fraco índice de consumo no ano passado aumentaram a pressão sobre micro e pequenos empresários.

O Índice dos Gerentes de Compras (IGC) dos pequenos empreendimentos na China mostrou um segundo mês consecutivo de retração, chegando à marca de 47,9 (o número abaixo de 50 indica que há uma desaceleração na atividade). Já outro subíndice dentro do IGC mediu que o nível de empregabilidade nas empresas desse porte estava em 48,7 no mês de maio, o que mostra que elas estão demitindo funcionários ou deixando de substituir aqueles que saíram. Menos de 40% dos negócios desse porte estão operando em capacidade máxima, ou seja, produzindo todos os bens que conseguem, de acordo com pesquisa realizada pela Associação Chinesa de Pequenas e Médias Empresas. Economistas alertam que esse problema não pode ser dissociado do cenário macro, já que pequenos negócios são uma fonte importante de empregos, especialmente em grandes cidades.

Para o Hang Seng Bank, se as pequenas e médias empresas não se recuperarem, será difícil para as áreas urbanas criarem emprego e renda suficientes, o que terá um impacto significativo nas famílias de classe média e de baixa renda. Ao mesmo tempo, o Citigroup alerta para o fato de os pequenos negócios serem vítimas de um ciclo vicioso que afeta toda a economia do país. A performance ruim de algumas empresas privadas está levando a uma crise de confiança, que, por sua vez, dificulta o cenário para essas companhias melhorarem. Por causa disso, autoridades do governo chinês estão ficando preocupadas com a economia e planejam uma série de medidas para estimular o crescimento, segundo o Wall Street Journal. Isso poderia acarretar no gasto de bilhões de dólares em obras de infraestrutura e no afrouxamento de regras no setor imobiliário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.