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19/Jun/2023

Inflação continua dando sinais de arrefecimento

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) caiu 2,20% em junho, após a queda de 1,53% em maio. Quanto aos três indicadores que compõem o IGP-10 de junho, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram redução de 3,14% em junho, ante uma queda de 2,25% em maio. Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram recuo de 0,18% em junho, após o aumento de 0,60% em maio. O INCC-10, que mede os preços da construção civil, teve elevação de 1,19% em junho, depois de subir 0,09% em maio. O IGP-10 acumulou um recuo de 4,14% no ano. A taxa acumulada em 12 meses ficou negativa em 6,31%.

As quedas nos preços das passagens aéreas (-11,47%), gasolina (-3,20%), automóvel novo (-1,36%), etanol (-4,68%) e alimentos como o óleo de soja (-9,78%) puxaram a deflação ao consumidor. Seis das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas, sendo que quatro delas registraram deflação: Transportes (de 0,52% em maio para -1,23% em junho), Alimentação (de 1,04% para -0,21%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,52% para 0,49%), Comunicação (de 1,18% para -0,06%), Educação, Leitura e Recreação (de -1,50% para -1,93%) e Vestuário (de 0,63% para 0,40%).

As principais contribuições partiram dos itens: gasolina (de 0,17% para -3,20%), hortaliças e legumes (de 8,71% para -2,47%), medicamentos em geral (de 3,16% para 0,54%), tarifa de telefone móvel (de 3,25% para -0,28%), passagem aérea (de -8,98% para -11,47%) e calçados (de 1,24% para 0,38%). Na direção oposta, as taxas foram mais elevadas nos grupos Habitação (de 0,48% para 0,79%) e Despesas Diversas (de 0,50% para 0,63%). As maiores pressões partiram dos itens: taxa de água e esgoto residencial (de 0,27% para 3,14%) e jogo lotérico (de 4,59% para 7,32%). Recuos nos preços de grandes commodities garantiram a manutenção da deflação no atacado dentro do IGP-10 de junho.

A inflação medida pelo IGP-10 registra novo recuo e a taxa interanual acumula queda de 6,31%, a menor da série histórica do indicador. Os preços de commodities de grande importância seguem em queda e puxam para baixo o resultado do índice, com destaque para: óleo Diesel (de -5,63% para -15,80%), milho (de -12,48% para -15,63%) e bovinos (de -1,05% para -6,17%). O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) passou de queda de 2,25% em maio para uma redução de 3,14% em junho. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais arrefeceram de alta de 0,29% em maio para queda de 1,01% em junho, tendo como principal contribuição o subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 0,42% para -9,73%.

O grupo Bens Intermediários caiu de -1,08% em maio para -3,36% em junho, puxado pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -3,93% para -12,77%. O grupo Matérias-Primas Brutas passou de -5,88% em maio para -5,00% em junho. As principais contribuições para a taxa menos negativa do grupo partiram dos itens: soja em grão (de -10,41% para -5,16%), minério de ferro (de -11,50% para -8,04%) e algodão em caroço (de -9,48% para -4,16%). As taxas foram mais baixas nos itens: bovinos (de -1,05% para -6,17%), leite in natura (de 3,87% para 0,34%) e café em grão (de -0,07% para -5,57%). O período de coleta de preços para o indicador de junho foi do dia 11 de maio a 10 deste mês.

As próximas leituras do Índice Geral de Preços (IGP) podem voltar a apresentar deflações acentuadas. Na comparação com o mês anterior, continua acentuando essa queda. Por mais que algumas commodities estejam desacelerando o ritmo de queda, ainda aparenta ter espaço para mais queda, mantendo o IGP no campo negativo por mais tempo. A deflação é provocada por quedas nos preços de grandes commodities, por conta da desaceleração da atividade econômica global. Essas reduções vêm sustentando deflações recorde no atacado, chegando enfim ao varejo. Essa é a principal boa notícia dessa leitura. A desinflação de custos foi o que provocou uma queda mais disseminada de preços no varejo. da série. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.