16/Jun/2023

Se recentes reveses na promessa de ter uma agenda verde transversal em seu governo persistirem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva corre o risco de deixar a imagem do Brasil arranhada no exterior sem o País sequer ter se recuperado da degradação deixada pela gestão de Jair Bolsonaro. A opinião é da Marta Suplicy, secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo. Na contramão de uma agenda verde, o governo federal anunciou no início do mês um programa de R$ 1,5 bilhão para baixar os preços de carros populares, caminhões e ônibus. Em paralelo, o Congresso Nacional sancionou a Medida Provisória (MP) que reestrutura a Esplanada e catapultou um esvaziamento das pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, lideradas por Marina Silva e Sônia Guajajara, respectivamente. Se persistir, a imagem fica arranhada. Se houver ações mesmo que pontuais importantes, seria positivo.

Ações pontuais, diz, podem ser penosas e cobrar seu preço à frente, mas o que importa é a política defendida pelo governo que, na sua visão, prioriza a proteção ao meio ambiente. Ela vê, porém, Lula comprando brigas "erradas" e "antigas" quando defende a reestatização da Eletrobras, a revisão de medidas como o marco do setor de saneamento, o uso dos bancos públicos ou o estímulo a carros populares enquanto os Estados Unidos e a Europa vão na direção de tecnologias mais verdes e que contribuam para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, principais causadores das mudanças climáticas. Marta Suplicy espera que Lula tome um rumo mais coerente com as necessidades do século XXI, levando em conta o perfil "muito conservador" do Congresso e a difícil situação internacional. A secretária também reforça o seu apoio à Marina Silva. Apesar dos reveses recentes, ela acha que, dessa vez, a ministra sobrevive no governo Lula. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.