ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

13/Jun/2023

El Niño: cautela sobre a intensidade do fenômeno

A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) anunciou que o clima já está sob efeito do El Niño. Se a chegada do fenômeno climático já é uma certeza, a intensidade com a qual vai se manifestar ainda é a dúvida dos cientistas. Nas projeções da NOAA, a chance para um El Niño moderado é de 84%. A possibilidade de um evento de forte intensidade é de 56%. Existe a chance de o fenômeno evoluir para um episódio de forte intensidade mais tarde neste ano. A agência dos Estados Unidos não usa a terminologia de um Super El Niño, mas esta é uma possibilidade, segundo avalia a MetSul. Para o Brasil, o principal efeito é um clima mais chuvoso na Região Centro-Sul e uma redução de umidade nas áreas mais ao norte, especialmente no segundo semestre. Mas, se essa influência virá de um El Niño fraco, moderado ou forte, meteorologistas avaliam que ainda é cedo para dizer. Não é possível ainda afirmar que haverá um Super El Niño. Mas, todos os episódios anteriores trouxeram graves consequências.

A Região Sul do Brasil, centro e nordeste da Argentina, além de Paraguai e Uruguai são áreas fortemente atingidas em episódios anteriores de uma manifestação mais forte do fenômeno. A Climatempo explica que diversos modelos climáticos apontam para a chance de temperaturas até 3ºC acima da anomalia climática, semelhante ao período 2015/2016. Em 2015, última vez que o clima esteve sob a influência de um Super El Niño, a temperatura ficou 2,6°C mais quente que a média, e, em medições pontuais, o calor superou a média em 3°C graus. Na época, houve muitos impactos para a produção agrícola, especialmente na Região Sul do Brasil, com chuvas acima da média, além de tragédias provocadas por enchentes. Em 2015, a safra de trigo no Rio Grande do Sul foi 35% menor, afetada por chuvas em excesso tanto nas fases de plantio quanto de colheita. No MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) houve quebra de safra, já que muitas regiões sofreram com a falta de chuva.

Se a previsão para este ano se confirmar, o El Niño será um dos mais fortes da história. No entanto, apesar da probabilidade ser considerável, ainda é cedo para afirmar que o mundo enfrentará um Super El Niño. Mesmo com padrões climáticos semelhantes, o clima tem um comportamento diferente em cada ciclo. A Rural Clima também adota um tom de cautela ao falar sobre a intensidade do fenômeno. Os parâmetros atmosféricos já indicam a influência do El Niño sobre o clima, que deve ser mais evidente a partir do mês de julho. Mas, pode não ser de forte intensidade, como aconteceu nas safras 2015/2016 e até mesmo na temporada 1997/1998. O El Niño deve consolidar sua formação no segundo semestre deste ano, com sua intensidade podendo variar de moderada a fraca. Com a confirmação do El Niño para a segunda metade deste ano, o padrão climático sem extremos deve favorecer os cultivos de inverno na Região Sul, mas também pode prejudicar a colheita de trigo, por exemplo, em caso de chuvas em excesso.

O aumento das precipitações na Região Sudeste pode afetar a colheita da cana-de-açúcar. As previsões apontam também para períodos de tempo mais seco que o normal para áreas do MATOPIBA. Este ano, há muito mais cana-de-açúcar para colher, e os trabalhos podem se estender até novembro, e há previsão de clima mais úmido que o normal em junho e julho em áreas de São Paulo e de Mato Grosso do Sul. Em maio, analistas do mercado de café alertaram para a possibilidade de geadas em áreas produtoras da Região Sudeste. O panorama climático levantou questionamentos sobre a influência antecipada do El Niño no clima do Brasil, fato descartado pela Climatempo. O momento ainda é de transição para o El Niño. O fenômeno tem como característica o aumento das temperaturas e diminui o risco de frio tardio. Os efeitos sobre o clima serão sentidos no final do inverno e início da primavera no Brasil. Fonte: G1. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.