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13/Jun/2023

Comércio exterior beneficia performance do Brasil

Na história recente do comércio exterior brasileiro, a China desempenha um papel fundamental. É uma grande importadora de produtos básicos, como soja e minério de ferro, e se transformou no principal parceiro comercial do Brasil. A economia brasileira começou a registrar robustos resultados comerciais no início dos anos 2000, quando o gigante asiático ingressou no comércio internacional e passou a crescer de forma mais acelerada, em alguns anos, o avanço do PIB superou 10%. De 2001 a 2022, as exportações de produtos básicos do Brasil cresceram de US$ 23,8 bilhões para US$ 158,9 bilhões, de acordo com dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Hoje, os sinais de desaceleração da economia global levam a uma queda nos preços, que subiram de forma acelerada depois de superada a fase mais aguda da crise sanitária.

O Brasil, no entanto, tem conseguido compensar essa redução com o aumento na quantidade de produtos vendidos. O País colheu uma supersafra de grãos e é tem um agronegócio que se destaca pela sua elevada produtividade. Segundo a BlueLine Asset, o Brasil está performando bem por conta própria. Houve um choque de oferta no setor exportador. Com isso, é possível dar uma ‘turbinada’ no PIB e, simultaneamente, alivia a inflação e beneficia as contas externas. Nos últimos anos, a subida da cotação das commodities ajudou a colocar o comércio internacional do País em outro nível. Um estudo feito pelo Bradesco mostra que o peso da corrente de comércio (soma da importação e exportação) no Produto Interno Bruto (PIB) ultrapassou a marca de 30% desde 2021, o maior patamar desde o início da série histórica, em 1960 - em média, essa relação sempre rondava os 20%.

É verdade que esse movimento foi fruto do efeito da explosão de preços na pandemia, mas o fato é que houve um efeito multiplicador no crescimento da economia. Parte importante da surpresa de crescimento tem a ver com o fato de a força do preço das commodities ter sido subestimada. Os resultados da balança comercial devem contribuir para melhorar o resultado do setor externo brasileiro como um todo. De acordo com o Itaú, o déficit em conta corrente do País deve recuar dos atuais 2,7% do PIB no acumulado em 12 meses para 1,7% no fim de 2023. É um número melhor do que a média recente. Nos últimos três anos, ficou ao redor de 2,5% do PIB. O setor externo brasileiro também se beneficia de uma situação confortável no volume de investimentos diretos no País (IDP). Em 12 meses até abril, o IDP somou US$ 82 bilhões (4,17% do PIB), um pouco abaixo do apurado em março (US$ 89,7 bilhões ou 4,57% do PIB), mas muito superior ao verificado em abril de 2022 (US$ 54,3 bilhões ou 3,12% do PIB).

O Brasil se livrou dos desequilíbrios externos há algum tempo. Hoje, o déficit, comparativamente ao dos países da América Latina, não chega a chamar tanta atenção. Nas últimas semanas, os resultados da balança comercial levaram o Instituto de Finanças Internacionais (IIF) a afirmar que o Brasil caminha para se tornar “a Suíça da América Latina”. Está surgindo um enorme superávit comercial, diferente de qualquer outro país da região. Hoje, para a economia brasileira continuar a atrair recursos e se beneficiar de um cenário internacional mais positivo, os analistas dizem que é preciso reduzir as incertezas internas, melhorar o ambiente de negócios e reforçar a agenda ambiental. É um governo percebido pela comunidade internacional como tendo um compromisso com o meio ambiente. Para o fluxo futuro, isso deve ser importante, ressalta o Bradesco. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.