13/Jun/2023

De acordo com o Relatório Anual de Desmatamento (RAD2022), divulgado nesta segunda-feira (12/06) pelo MapBiomas, iniciativa do Observatório do Clima conduzida por uma rede de universidades, ONGs e empresas de tecnologia, o desmatamento no Brasil cresceu 22,3% no ano passado em relação a 2021, superando 2 milhões de hectares destruídos em 12 meses. Em resumo, 21 árvores foram derrubadas a cada segundo somente na Amazônia. Quilombos e terras indígenas continuam a ser as áreas mais bem preservadas. O primeiro RAD foi divulgado em 2019. Nesses quatro anos foram reportados mais de 300 mil eventos de desmatamento, com 6,6 milhões de hectares destruídos, o equivalente a uma vez e meia a área de todo o estado do Rio de Janeiro.

Neste relatório, referente aos eventos do ano passado, foram registrados 76.193 alertas de desmate em todos os biomas. A área devastada é a maior desde que o levantamento começou a ser feito. Pela análise, 90,1% de toda a área desmatada está concentrada em dois biomas: Amazônia e Cerrado. O desmatamento cresceu em todos os biomas, menos na Mata Atlântica, onde permanece estável. O tamanho das áreas desmatadas também está maior, em média, do que era nos anos anteriores. Pode ser também um indicativo de que se esperava uma impunidade maior, porque quanto maior a área, mais fácil de enxergá-la. O desmatamento também cresceu muito ao longo das estradas BR-319 (Manaus-Porto Velho) e BR-163.

O levantamento mostra ainda uma aceleração no ritmo da destruição da floresta. Foram desmatados 234,8 hectares por hora, 5.636 hectares por dia, um incremento de 24,3% em relação ao ano anterior. O dia com maior área desmatada no ano passado foi 25 de julho, com 6.945 hectares retirados. Isso equivale a 804 metros quadrados por segundo. Ou seja, em 24 horas, foi desmatada uma área equivalente a 8.400 campos de futebol. O principal vetor do desmatamento no País segue sendo a agropecuária, que respondeu por 1,9 milhão de hectares, 95,7% de toda a área desmatada no ano passado. Para efeito de comparação, o garimpo foi responsável pelo desmatamento de 5.965 hectares.

Essa análise conclui que praticamente não existe desmatamento legal no Brasil. De acordo com os dados, 99% da área desmatada no País apresenta indícios de atividades irregulares. O relatório analisou as ações realizadas pelos órgãos de controle ambiental para conter o desmatamento ilegal e concluiu que as atividades de autuação e embargo realizadas pelo Ibama e pelo ICMBio até maio de 2023 alcançaram apenas 2,4% dos alertas de desmatamento e 10,2% da área desmatada identificada de 2019 até o ano passado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.