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12/Jun/2023

Brasil: importância do agronegócio para economia

Quando se fala em agronegócio, independente do segmento e da cadeia, certas palavras ou expressões serão mantras e associadas a este setor. Estando você na fila do boteco ou da padaria, do cinema ou da farmácia ou esperando o sinal abrir, ao escutar palavras como safra, estiagem, manejo, produção, soja, hectares, é muito provavelmente que associará a tal conversa aleatória a pessoas relacionadas ao universo agro. Neste exemplo altamente generalizado fica fácil perceber o quanto atualmente o urbano tem uma percepção maior de parte do setor que gera os números impactantes que são destacados pela mídia mês a mês, ano a ano através dos resultados do PIB e da balança comercial. Números como o há poucos dias anunciado com a excelente performance do PIB do primeiro trimestre de 2023, reflexo mais que direto de uma supersafra de soja, plantada com altíssima tecnologia, sustentável e que, embora atrasada, foi embarcada de forma intensa nos meses de fevereiro e março e, detalhe, com preços médios altos, acima dos atualmente praticados.

O resultado desse PIB, tão bem comentado e já previsto por quem é do agro também reflete um mercado ágil que, percebendo a oportunidade, aproveitou a competitividade do milho brasileiro e a disponibilidade dos portos brasileiros ao operacionalizar os embarques do cereal. Esta comunidade que chamamos de mercado, na qual estão inseridos todos os participantes possíveis do setor, foi mais que determinante para equilibrar as contas operacionais, equacionar logística, negociar e embarcar nosso milho, commodity aposta do Brasil, numa janela sazonalmente diferente da que é performada. E por que eu trago esta reflexão em maio? Por diversas razões e entre elas para compartilhar a complexidade de um setor que muitas vezes costuma ser visto e analisado como sendo uma atividade exclusivamente dentro da porteira. O agro em sua origem, sua missão é essencialmente dentro da porteira, mas seus propósitos passaram a fazer parte da essência de outros universos. Ninguém vive só e é por isso que na minha visão integrativa eu vejo o agro em 4 pilares.

O dentro da porteira, que são as famílias agricultoras, produtoras que produzem alimentos e que demandam para serem excelência no que são, de insumos, tecnologia, serviços, crédito, logística, contrapartida. O fora da porteira: empresas que trabalham para oferecer seu melhor em forma de insumos agropecuários, maquinários, serviços, tecnologia, consultorias, crédito, logística, que negociam, que escoam, que permitem através de seus serviços que toda esta produção alcance o destino que precisa alcançar. Seja indústria, seja terminal ferroviário, seja porto, seja um país lá longe. O povo brasileiro, desde os que moram das zonas de produção agropecuária, nos centros industriais e portuários aos que habitam os grandes centros urbanos.

Se o agro movimenta uma gigante transformação econômica ao gerar novos postos de trabalhos, gerando tributos que retornam aos municípios, estados e ao País, o vínculo do setor com o urbano ultrapassa qualquer relação comercial à medida que a sustentabilidade econômica é um dos pilares que aproxima a nação. E o quarto pilar é o nosso mercado consumidor internacional. Mesmo altamente dependente de demanda concentrada asiática, é necessário o exercício diário da continuidade da política de abertura de novos mercados. O setor dentro e fora da porteira sabe bem o real significado de produtividade e foi através destes números que se construiu o case de sucesso que é o agro brasileiro. Como nossas commodities brutas ou processadas alcançariam tantos países se não fôssemos bons, produtivos, competitivos, sustentáveis? Exercício obrigatório é a reflexão sobre o rigor das regras de vigilância sanitária das centenas de países com as quais mantemos relações comerciais.

Para finalizar, vou citar a frase que usei em uma palestra recente quando me perguntaram “qual era meu entendimento sobre o setor e a nova gestão política, com um olhar afrontoso ao agro”. Minha resposta foi: “Sou meio Poliana, otimista por natureza e entendo que muitas vezes frases de campanha são deixadas de lado durante o governo, pois não funcionam. O bom senso me diz que o atual governo não mataria sua menina dos ovos de ouro, a galinha que lhe provê os melhores números”. Na minha concepção, o Brasil é maior que bandeiras. É seu povo. Há um dentro da porteira que sabe produzir com excelência, há um fora da porteira comprometido e articulado e que sabe prover. Há mercados e todos ganham e, o melhor, com dignidade, afinal tudo isso gera números e contra números não há argumentos. Mês que vem eu trarei para vocês meu olhar sobre a atual gestão comercial no agro brasileiro. Até lá. Fonte: Andrea Cordeiro. Broadcast Agro.