ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

07/Jun/2023

Montadoras: dúvidas sobre compensação de créditos

Ao invés de cortar impostos federais, o governo decidiu autorizar créditos tributários para reduzir os preços dos carros, optando por dar o estímulo a partir de um canal que representa uma das maiores reclamações da indústria. As montadoras reclamam há anos que estão com bilhões de créditos represados. A estimativa atual, feita pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade que representa o setor, é de algo em torno de R$ 15 bilhões em créditos que os fabricantes de veículos ainda não conseguiram compensar, sendo R$ 8 bilhões em tributos federais e R$ 7 bilhões em ICMS dos Estados. Não há garantias de que as montadoras vão conseguir compensar os créditos desta vez.

Porém, que o programa deve, em geral, atender bem o setor, sem prejudicar o caixa das empresas. Os créditos tributários federais, não recuperados na maioria das vezes em exportações, representam um volume baixo nas vendas de automóveis que custam no máximo R$ 120 mil, teto dos carros que terão descontos patrocinados pelo governo. Não há garantias, mas não será algo que vai penalizar as montadoras. A maioria das montadoras não possui créditos acumulados nesse segmento de até R$ 120 mil. A expectativa pela apresentação de medidas de apoio do governo, que inicialmente seria uma tentativa de resgate do carro popular, durou três semanas e levou a um deslocamento, da segunda quinzena de maio para junho, de aproximadamente 27 mil veículos que seriam vendidos no mês passado.

Isso porque o consumidor adiou a compra, à espera dos preços mais baixos. A indústria formou estoques, que chegaram ao total de 251,7 mil veículos, para atender a aguardada corrida às concessionárias, que, pela previsão dos fabricantes, deve consumir em cerca de um mês todos os recursos autorizados para os descontos de automóveis: R$ 500 milhões. Agora, o setor tem que correr para faturar, e o consumidor correr para comprar, pois os bônus podem acabar rapidamente. A formação dos estoques, junto com os quatro dias úteis a mais e a retomada de fábricas que estavam paradas, levou a um aumento de 27,4% da produção das montadoras na passagem de abril para maio. Praticamente não houve paralisações em maio. É natural o mercado "travar" no fim de maio, mas foi por um "bem maior": a oferta de produtos a um custo mais acessível.

A expectativa é que o mercado tenha um crescimento considerável, pelo menos enquanto durar o programa. Três montadoras decidiram suspender paralisações para atender a demanda, porém algumas fábricas podem voltar a parar para ajustar excessos de estoque. Entre elas, a General Motors (GM) vai parar nas próximas duas semanas as fábricas de São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS), esta responsável pela produção do Onix, o carro de passeio mais vendido do País. A Volkswagen suspendeu ontem um turno da unidade de São José dos Pinhais, no Paraná, onde produz o utilitário esportivo T-Cross. A paralisação parcial pode durar de dois a cinco meses, período em que os contratos dos trabalhadores afetados estarão suspensos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.