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07/Jun/2023

Indústria tem dificuldade em vender para Argentina

Seis meses após a Argentina colocar em funcionamento um novo sistema de importações, vender produtos ao país vizinho, assim como receber o pagamento, continua sendo difícil para sete em cada dez exportadores de produtos da indústria brasileira. Em outubro, a Argentina lançou uma plataforma para unificar processos de licenças de importação com objetivo de dar maior fluidez às operações e previsibilidade dos prazos de pagamentos. Uma consulta feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra, porém, que 77% das empresas brasileiras tiveram desde então algum impacto negativo nas exportações ao país, sendo que na maioria dos casos dentro deste grupo (84%) houve redução no valor exportado para a Argentina.

Um dos problemas é que, junto com o novo sistema, o número de mercadorias sem licença automática para entrar na Argentina subiu para 4,2 mil. Antes da pandemia, a lista não chegava à metade desse número: 1,5 mil. Considerando os dados de comércio do ano passado, 59% do valor total das exportações brasileiras à Argentina foram expostos à medida, que representa a forma dos argentinos de controlar a saída de divisas frente à escassez de dólares no país. A ideia do novo sistema era trazer maior agilidade nos licenciamentos. Só que aumentou consideravelmente o escopo de produtos para os quais o processo se aplica. A CNI ouviu 252 empresas industriais que exportam para a Argentina entre os dias 17 e 28 de abril. A demora na liberação das licenças, superando os 60 dias na maioria das vezes, a falta tanto de transparência quanto de critérios para aprovação delas e o excesso de burocracia são os maiores entraves apontados.

Na hora de receber, o que depende do aval do banco central argentino, as empresas apontam prazos muito longos (79%) e burocracia, além de adiamento da data de pagamento após aprovação do sistema. Como consequência, os negócios com a Argentina são imprevisíveis, já que as empresas não sabem quando vão conseguir colocar seus produtos no mercado e, depois, quando vão receber por eles. Essas dificuldades também levam à perda de oportunidades, já que os clientes desistem da compra pela demora. Dos exportadores que indicaram queda no valor exportado após a implementação do novo sistema, quase metade (49%) apontou que a redução nas vendas para a Argentina foi acima de 41%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.