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07/Jun/2023

Banco Mundial revisa projeção do PIB global 2023

No relatório “Perspectivas Econômicas Globais”, divulgado nesta terça-feira (06/06) pelo Banco Mundial, a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global neste ano foi revisada para cima, de 1,7% a 2,1%. O número ainda representa uma desaceleração em comparação a 2022, quando cresceu 3,1%, e é ameaçado por riscos de maior contágio dos estresses no sistema financeiro ou persistência de pressões inflacionárias. A economia global permanece em um "estado precário", abalada pelos efeitos prolongados da invasão russa da Ucrânia, choques da pandemia e aperto acentuado da política monetária para controlar a alta inflação. A revisão para cima nas projeções se deve aos dados mais fortes do que o esperado no começo de 2023, embora as previsões de diversos países tenham sido rebaixadas.

É importante ter em mente que as projeções de crescimento não representam um destino. Há oportunidade de inverter a tendência. Para tornar isto realidade, todos os países teriam que trabalhar em conjunto. A cooperação global é essencial para acelerar a transição energética, mitigar a crise climática, providenciar alívio na dívida pública e implementar uma reforma regulatória financeira global capaz de conter recentes estresses financeiros. No quadro atual, o PIB global deve ter uma recuperação morna e avançar 2,4% em 2024, uma redução em comparação a previsão anterior de 2,7%. Para 2023, as projeções de crescimento para quase todas as economias avançadas e de 70% das economias emergentes e em desenvolvimento foram rebaixadas, estas últimas especialmente pressionadas pelo alto nível de endividamento e déficit fiscal.

O crescimento nas economias avançadas deve desacelerar de 2,6% em 2022 a 0,7% em 2023. Apenas nos Estados Unidos, ele deve ser de 1,1%, com avanço de 0,4% na zona do euro. Entre outros países, a China deve crescer 5,3%, enquanto entre os emergentes excetuando-se a China o avanço do PIB deve ser de 2,9%. Até o fim de 2024, o nível do PIB dos países emergentes e em desenvolvimento estará aproximadamente 5% abaixo dos níveis esperados antes da pandemia de Covid-19, número revisado para baixo dos cerca de 6% previstos há seis meses. O Banco Mundial está mais otimista em relação à economia da zona do euro em 2023, mas também espera crescimento mais moderado no próximo ano. Foi elevada a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do bloco este ano para avanço de 0,4%.

Em janeiro, sua expectativa era de estagnação da zona do euro em 2023. Para 2024, por outro lado, a previsão de alta do PIB da região teve corte, de 1,6% para 1,3%. Em 2025, a economia da zona do euro deverá ganhar força e mostrar expansão de 2,3%. O Banco Mundial manteve sua expectativa de desaceleração da economia da América Latina em 2023, apesar de revisar para cima as projeções de crescimento da região. O avanço do Produto Interno Bruto (PIB) latino-americano teria desaceleração de 3,7% em 2022 para 1,5% neste ano. Há seis meses, a previsão para o avanço do PIB na região em 2023 era de 1,3%. A inflação cheia e o núcleo devem permanecer acima das metas de bancos centrais locais, mantendo, assim, a política monetária restritiva no curto prazo e minando o crescimento local.

No entanto, espera-se que a flexibilização da política monetária doméstica comece no final do ano, permitindo que o crescimento suba para 2% em 2024. Além disso, os países da América Latina lidam com riscos de desaceleração no crescimento dos seus maiores parceiros comerciais, renovação dos estresses financeiros nas economias avançadas e expansão da frequência de eventos climáticos extremos, em razão da crise climática. O comércio dificilmente deve apoiar investimentos na região em 2023, considerando como ambos se moveram de forma conjunta nas últimas décadas. Isso porque a natureza concentrada em serviços da recuperação da China deve limitar os benefícios para exportadores latinos, mesmo com a economia chinesa projetada para acelerar neste ano.

A economia da Argentina, em especial, deve sofrer uma contração de 2,0% no PIB em 2023, queda acentuada em comparação a última projeção de crescimento de 2%, no relatório anterior. Entre os diversos problemas macroeconômicos, o país ainda se recupera de uma grande estiagem que causou perdas nas colheitas de soja e milho, equivalentes a 3% do PIB local. Para 2024, a projeção é de um crescimento de 2,3%, uma alta de 0,3% em relação à previsão de janeiro. O PIB do México deverá avançar 2,5% em 2023 e 1,9% em 2024. O Chile deverá contrair 0,4% em 2023, seguido de um crescimento de 1,8% em 2024. Para o Peru, a previsão é de crescimento de 2,2% em 2023, seguido de avanço de 2,6% no ano seguinte. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.