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06/Jun/2023

Brasil: trabalhadores desistem de procurar emprego

O total de brasileiros fora da força de trabalho aumentou no trimestre móvel de fevereiro a abril, conforme o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgado no dia 30 de maio. Esse universo cresceu 3,5%, em comparação ao mesmo período do ano passado, e alcançou 67,2 milhões de trabalhadores. O dado significa que mais 2,3 milhões de pessoas desistiram da busca por emprego, mesmo no mercado informal, ou se consideraram indisponíveis para as jornadas nesses três meses. Não haveria motivo para preocupação se esse universo contemplasse uma parcela ínfima do total de pessoas em idade laboral. Trata-se, porém, de uma parcela de 38,5% dos trabalhadores do País. A Pnad Contínua não detalha as causas do aumento do contingente dos que desistiram do mercado de trabalho. Pesquisadores do IBGE afirmam, no entanto, que a opção pelos estudos, a aposentadoria, os programas de transferência de renda e problemas de saúde estão entre as explicações plausíveis.

Muito provavelmente, a contabilidade de cada centavo do orçamento familiar a ser desembolsado na busca de um trabalho e nos meios para fazer-se presente no serviço entre nessa lista. Essa é a conta feita diariamente pelos trabalhadores de baixa renda, em especial os que atuam na informalidade, e os beneficiários do Bolsa Família. O quadro é grave porque indica que a desistência da busca por um emprego tem sido motivada pelo seu próprio custo. As alternativas são o corte de gastos básicos ou o endividamento. No limite, há de considerar a relevância do programa governamental ao garantir, no mínimo, a sobrevivência dessa população. Fato é que o aumento de brasileiros fora do mercado de trabalho baixou a pressão sobre a taxa de desemprego. Isso porque a estatística de desocupação leva em conta quem procura emprego e descarta os que desistiram ou não se mostraram disponíveis para o trabalho. O indicador fechou em 8,5% de fevereiro a abril, o menor para o trimestre desde 2015.

Surpreendeu por mostrar-se estável em relação ao trimestre anterior e em queda na comparação com igual período de 2022. Esperava-se aumento do desemprego, mas não há o que ser celebrado. A Pnad Contínua de abril constatou queda de 0,6% no total de 98 milhões de trabalhadores empregados nos mercados formal e informal, na comparação com o trimestre anterior. Isso significa que a melhoria no indicador de desemprego não refletiu substancial aumento de contratações, outra razão para desestimular a busca por trabalho. A desistência por um lugar no mercado de trabalho há de ser considerada no contexto de baixo crescimento da atividade econômica e de mudanças nas exigências para contratação. Mas, não deixa de impressionar pelo volume que alcançou no Brasil e pelas perspectivas pouco otimistas desenhadas para o futuro próximo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.