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06/Jun/2023

Brasil: ambiente adverso a empresas no curto prazo

A Fitch Ratings prevê que as empresas brasileiras enfrentarão um ambiente adverso no curto prazo, uma vez que os fundamentos macroeconômicos não mostram sinais de melhora significativa e os mercados de dívida locais estão restritivos. Para a agência de classificação de riscos, as taxas de juros estão prejudicando o fluxo de caixa operacional, em meio ao consumo fraco e ao alto endividamento das famílias. As empresas mais expostas aos mercados domésticos e com necessidades de refinanciamento em 2023-2024 são mais vulneráveis. Os riscos de rebaixamento permanecem elevados no curto prazo.

A margem de manobra dos ratings é apertada e ações de rating negativas adicionais podem se materializar na ausência de uma melhora significativa nos ambientes de negócios e dívida. A Fitch destaca que rebaixou 18 entidades na carteira internacional e 31 na carteira nacional desde janeiro de 2023, mais do que em 2021 e 2022 juntos. Os rebaixamentos/elevações atingiram um pico de 18 vezes para ratings internacionais e 6,2 vezes para ratings nacionais, o mais alto desde 2016.

Os rebaixamentos seguiram a deterioração dos fluxos de caixa operacionais devido às altas despesas com juros, pressões de custo, desalavancagem operacional, maiores riscos de refinanciamento e nossa expectativa de desalavancagem levar mais tempo para se materializar. O ambiente de negócios do Brasil (BB-/Estável) é fraco, o que desafia o desempenho operacional das empresas brasileiras. As variáveis que afetam a demanda incluem crescimento moderado do PIB, juros altos por mais tempo do que o esperado, endividamento familiar elevado e índices de inadimplência em deterioração, que não mostram sinais de melhora sustentável.

A inflação está desacelerando, com o IPC oficial em 4,2% em abril de 2023, ante 12,1% um ano antes. Ainda assim, isso não é suficiente para estimular o consumo e restaurar o poder de compra. Um ambiente de negócios frágil se soma a severas restrições de liquidez no mercado de dívida local após o default da Americanas em janeiro de 2023, aumentando os riscos de refinanciamento e levando a vários rebaixamentos no portfólio local e internacional. Em geral, o fraco desempenho corporativo no quarto trimestre de 2022 e primeiro trimestre de 2023 contribuiu para pressões e rebaixamentos de rating. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.