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06/Jun/2023

Brasil precisa de política industrial e queda no juro

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, voltou a defender políticas industriais e a redução da taxa básica de juros para impulsionar o que chamou de "neoindustrialização" do País. Para ele, há no Brasil uma recorrente tentativa de intimidação a ações nesse sentido. É forte a ideia de uma nova industrialização, que seja transformadora, digital e sustentável, que impulsione a descarbonização da economia. Enquanto os Estados Unidos e Europa tornaram explícitos os esforços para proteger e desenvolver sua indústria, por meio de subsídios diretos, no Brasil haveria uma tentativa recorrente de intimidação a esse tipo de política. Além disso, sugeriu, o investimento em capital produtivo estaria sufocado pela alta taxa básica de juros da economia, a Selic.

Em maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano pela sexta reunião seguida. O Brasil precisa de uma taxa de juros que seja competitiva no cenário internacional. Hoje, o Brasil tem a maior taxa de juros da economia mundial. O BNDES vai voltar a ser um banco industrializante. Enquanto os Estados Unidos voltam a ser um estado industrializador, com subsídios a setores estratégicos, como o automotivo, a Europa não fica atrás com esforços voltados a hidrogênio verde, microprocessadores e eletromobilidade. Os Estados Unidos dão US$ 7 mil por carro elétrico fabricado. No Brasil, há isenção fiscal para o carro importado. Isso reduz a chance de o Brasil fazer a transição da indústria automotiva.

O parque industrial de ônibus do País vai pelo mesmo caminho da míngua, quando é estratégico à geração de empregos. É preciso dar fôlego ao setor automotivo, mas a partir de um olhar mais sustentável. Na semana passada, ele citou que o BNDES vai apoiar a fabricação de ônibus a gás e elétricos. O presidente do BNDES voltou a dizer que, no Brasil, a elite dirigente e boa parte do empresariado perderam a visão estruturante da economia que já tiveram no passado, o que levou a uma vertiginosa redução da participação da indústria no PIB. O processo de "neoindustrialização" do País passou e passa pelo BNDES. Nesse ponto, ele citou a fabricante de aviões Embraer, principal cliente do banco hoje, como um exemplo histórico de êxito da atuação da instituição. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.