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02/Jun/2023

PIB tem surpresa positiva no 1º trimestre de 2023

Segundo a Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 1,9% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o PIB apresentou alta de 4,0%. O PIB do primeiro trimestre de 2023 totalizou R$ 2,6 trilhões. O Produto Interno Bruto (PIB) da indústria registrou baixa de 0,10% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o PIB da indústria apresentou avanço de 1,90%. O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária registrou alta de 21,60% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o PIB apresentou avanço de 18,80%. O Produto Interno Bruto (PIB) de serviços registrou alta de 0,60% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o PIB apresentou avanço de 2,90%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou baixa de 3,40% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, a FBCF apresentou avanço de 0,80%. A taxa de investimento (FBCF/PIB) do primeiro trimestre ficou em 17,70%. O consumo das famílias registrou alta de 0,20% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o consumo das famílias apresentou avanço de 3,50%. O consumo do governo, por sua vez, subiu 0,30% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o consumo do governo teve alta de 1,20%. As exportações caíram 0,40% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, as exportações apresentaram alta de 7,00%. As importações contabilizadas no PIB, por sua vez, caíram 7,10% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, as importações apresentaram alta de 2,20%. A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial.

No PIB, entram bens e serviços, e as variações percentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços. As atividades financeiras cresceram 1,20% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre, enquanto as atividades imobiliárias avançaram 0,30%. As indústrias extrativas cresceram 2,30% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre, informação e comunicação recuaram 1,40% e produção e distribuição de eletricidade, água e esgoto cresceram 1,70%. O comércio cresceu 0,30%, a indústria de transformação recuou 0,60% e a construção caiu 0,80%. O setor de transporte e armazenagem avançou 1,20%, enquanto as outras atividades de serviços caíram 0,50%. A administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social cresceram 0,50%, enquanto a agropecuária avançou 21,60%. O IBGE revisou o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2022 ante o terceiro trimestre de 2022, que passou de queda de 0,2% para queda de 0,1%.

Também houve revisão na taxa do PIB do terceiro trimestre de 2022 ante o segundo trimestre daquele ano, de uma alta de 0,3% para elevação de 0,5%. Houve ainda mais duas revisões. O IBGE revisou o crescimento do PIB no terceiro trimestre de 2022 ante o segundo trimestre de alta de 0,9% para 1,1%. E o crescimento no primeiro trimestre do ano passado ante o quarto trimestre de 2021 passou de alta de 1,3% para alta de 1%. A alta de 1,9% no PIB do primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022 foi a mais acentuada desde o quarto trimestre de 2020, quando houve avanço de 3,4%. A alta de 21,6% no PIB Agropecuário no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022 foi a mais acentuada desde o quarto trimestre de 1996, quando saltou 23,4%. Ainda nesse tipo de comparação, a alta de 0,6% no PIB de Serviços é a 11ª taxa trimestral positiva consecutiva. A queda de 0,8% na Construção no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022 foi a mais aguda desde o segundo trimestre de 2021, quando caiu 1,0%.

Pela ótica da demanda, a queda de 3,4% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) no primeiro trimestre deste ano ante o quarto trimestre de 2022 foi a taxa mais baixa desde o segundo trimestre de 2021, quando encolheu 4,4%. A alta de 0,2% no Consumo das Famílias ante o quarto trimestre de 2022 foi a taxa mais baixa desde o segundo trimestre de 2021, quando tinha encolhido 1,0%. Após a Agropecuária comandar o crescimento de 1,9% no PIB primeiro trimestre ante o último trimestre do ano passado, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda projeta a desaceleração do setor no segundo trimestre do ano. E, mesmo com a indústria ainda patinando, outros vetores podem sustentar a expansão da atividade em 2023. O aumento da produção de grãos tem impacto mais pronunciado no começo do ano, com a colheita de soja e da primeira safra de milho. Da mesma forma, a SPE não aposta em uma recuperação da Indústria no segundo trimestre do ano, já que os indicadores antecedentes não apontam nessa direção. Destaca-se, nesse sentido, o recuo no fluxo de caminhões pesados, a queda na produção de automóveis e ônibus e a trajetória dos índices de confiança da indústria e empresarial.

As condições de juros e spreads no mercado de crédito bancário e não-bancário também contribuem para esta perspectiva. Por outro lado, o Ministério da Fazenda confia que os Serviços continuarão com desempenho favorável, citando a criação de vagas formais no setor, o novo aumento do salário-mínimo a partir de maio e a desaceleração da inflação de alimentos e gasolina. A redução de alíquotas de impostos para carros novos também deve contribuir para a dinâmica desse setor a partir de junho. Para o restante do ano, são vetores positivos para crescimento o programa Desenrola (que não tem data para começar a rodar), o Minha Casa Minha Vida, o Plano de Transformação Ecológica e políticas de crédito para inovação e digitalização. O início da flexibilização monetária e as reformas fiscal e tributária, somadas ainda às medidas para desburocratizar e agilizar emissões no mercado de capitais tendem a reduzir incertezas, propiciando o retorno do investimento. A desaceleração esperada para a economia global e as condições monetárias que devem seguir restritivas, no entanto, ainda preponderam no cenário de atividade esperado para 2023.

O avanço do PIB brasileiro no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022 fez a atividade econômica alcançar patamar recorde na série histórica iniciada em 1996. O PIB está em 6,4% acima do patamar pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019. No quarto trimestre de 2022, o PIB se encontrava em nível 4,4% acima do pré-pandemia. Tanto o PIB da Agropecuária quanto o PIB de Serviços também subiram ao maior patamar da série histórica no primeiro trimestre de 2023. Grande parte da safra colhida no primeiro trimestre ainda não foi utilizada, foi para variação de estoques. O PIB da Indústria está 9,6% abaixo do pico alcançado no 3º trimestre de 2013. A indústria de transformação vem puxando o PIB industrial para patamar inferior ao pico histórico. Sob a ótica da demanda, o Consumo das Famílias também alcançou o maior patamar da série histórica no primeiro trimestre de 2023. Quanto ao Consumo do Governo, o recorde foi no quarto trimestre de 2013, e está bem próximo. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB), está 15,1% abaixo do pico da série, alcançado no segundo trimestre de 2013.

As perdas registradas pela indústria de transformação e pela construção na passagem do quarto trimestre de 2022 para o primeiro trimestre de 2023 são reflexo da política monetária restritiva. Embora o PIB tenha crescido 1,9% no primeiro trimestre de 2023 ante o quarto trimestre de 2022, a indústria de transformação encolheu 0,6%, e a construção caiu 0,8%. Estão aí afetados mais pelo aumento de juros e pela política monetária restritiva e pelo aumento do custo do crédito. Na indústria de transformação, vários produtos que dependem de crédito são afetados. As demais quedas entre os subsetores componentes da oferta foram registradas nas outras atividades de serviços (-0,5%) e em informação e comunicação (-1,4%). Informação e comunicação cai agora pela base de comparação elevada. Foi a atividade que mais cresceu desde a pandemia. Quanto ao segmento de outras atividades de serviços (que inclui serviços presenciais prestados às famílias), o recuo é atribuído a uma normalização da demanda, passado o período de aumento no consumo no pós-pandemia. Pela ótica da demanda, a política monetária restritiva está por trás do recuo de 3,4% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos do PIB).

A produção de máquinas e equipamentos caiu, assim como a construção também foi afetada, resultando numa queda nos investimentos. A indústria de transformação foi puxada muito para baixo pela indústria de bens de capital e de bens intermediários. E a construção também está puxando para baixo a FBCF. O Consumo das Famílias voltou a crescer no primeiro trimestre de 2023, embora tenha mostrado perda de fôlego. A alta de 0,2% em relação ao quarto trimestre de 2022 completou uma sequência de sete trimestres consecutivos de avanços. No entanto, foi o avanço mais brando registrado em todo esse período. O crédito mais caro e o endividamento elevado explicam a perda de fôlego. Porém, o mercado de trabalho favorável, a inflação oficial mais baixa (apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE) e o aumento nas concessões de crédito ajudaram a sustentar o consumo das famílias no primeiro trimestre deste ano. Outro componente que favoreceu o consumo foi a manutenção de programas de transferências de renda. Isso ajuda o consumo das famílias, mas não tem tanto efeito nas taxas nesse caso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.