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01/Jun/2023

Imprensa mundial repercute encontro Lula-Maduro

Vários meios internacionais destacaram o fato de que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi recebido nesta semana pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Foram reportados também os questionamentos a declarações de Lula, pelos líderes de Chile e Uruguai, e potenciais implicações para a política dos Estados Unidos na região. Na avaliação da Bloomberg, a visita de Maduro é um revés para a estratégia dos Estados Unidos de isolamento. O líder venezuelano defendeu um mundo "multipolar", em sua primeira viagem internacional em sete meses. A Bloomberg também destacou que a região está dominada por esquerdistas que estão se engajando com a Venezuela. O Washington Post reportou sobre a cúpula latino-americana e questionava em título o motivo de Lula apoiar Maduro, após na campanha eleitoral brasileira ter "prometido salvar a democracia".

O líder brasileiro não apenas recebeu Maduro para um encontro regional em Brasília, mas tomou o lado dele contra os Estados Unidos. O presidente brasileiro minimizou como "narrativas" os abusos contra direitos humanos pelo regime venezuelano e condenou sanções dos Estados Unidos contra seu governo como "piores que uma guerra". O jornal considerou que o encontro de líderes latino-americanos deixou claro o fracasso dos Estados Unidos em tentar depor Maduro e sinalizou uma "recalibragem política da América Latina". Após a derrota de lideranças conservadoras, nomes mais à esquerda apoiaram Maduro ou ao menos reconheceram que ele não vai a lugar nenhum tão cedo, diz o jornal. O Deutsche Welle qualificou Maduro como visto como um líder controverso internacionalmente. Foi ressaltada a diferença de tratamento com o governo anterior do Brasil, sob Jair Bolsonaro, que havia cortado laços com o governo da Venezuela e reconhecido o oposicionista Juan Guaidó como líder legítimo da Venezuela.

A emissora pública alemã destacou a recepção calorosa e a intenção da atual administração brasileira de reverter a política externa anterior. Ao reportar o encontro, a BBC apontou que muitos países questionam a legitimidade de Maduro e que os oposicionistas o descrevem como "um ditador". A emissora britânica destacou o fato de que o presidente da Venezuela busca apoio em toda a região para, como um bloco, se opor às sanções dos Estados Unidos, mas a BBC considera que não está claro se isso poderia levar a uma mudança de posição do governo Joe Biden. Na Argentina, o Clarín destacou o fato de que o presidente Alberto Fernández também se reuniu com Maduro e voltou a pedir o fim de sanções internacionais contra a Venezuela. O mesmo jornal mencionava críticas da oposição e de entidades de direitos humanos.

O Clarín ainda destacava o fato de que, "com seus matizes", todos os governos da região normalizavam vínculos com o governo chavista. Brasil, Uruguai e Chile decidiram enviar embaixadores para Venezuela, onde antes não os tinham como forma de rebaixar a relação. O mesmo jornal destacava o fato de que o presidente do Chile, Gabriel Boric, e o do Uruguai, Luis Lacalle Pou, rebateram a fala de Lula sobre o que acontece na Venezuela ser uma "narrativa". No mesmo Clarín, o pré-candidato de extrema-direita qualificava Lula como um "esquerdista selvagem que apoia ditadores com as mãos manchadas de sangue". O chileno La Tercera, por sua vez, apontava que Boric celebrou a volta da Venezuela a instâncias multilaterais, mas também complementou que isso não significa "fazer vista grossa" ante denúncias de violações aos direitos humanos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.