ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

31/Mai/2023

Índice de Preços ao Produtor cai pelo 3º mês seguido

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou baixa de 0,35% em abril, ante recuo de 0,65% em março. O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Com o resultado de abril, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acumulou um recuo de 0,99% no ano, enquanto a taxa acumulada em 12 meses ficou em -4,63%. Considerando apenas a indústria extrativa, houve alta de 1,7% em abril, após avanço de 0,68% registrado em março. A indústria de transformação registrou baixa de 0,45% em abril, ante queda de 0,71% no IPP de março. O IPP registrou recuos de preços em oito dos últimos nove meses. Em abril, houve recuo de 0,35%, o terceiro mês seguido de deflação. Desde agosto de 2022 até abril de 2023, o índice acumulou uma queda de 8,29%. O único mês com avanço foi em janeiro de 2023, alta de 0,29%.

Os demais meses foram de reduções: agosto de 2022 (-3,04%), setembro (-1,89%), outubro (-0,86%), novembro (-0,52%), dezembro (-1,26%), fevereiro de 2023 (-0,29%), março (-0,65%) e abril (-0,35%). Como resultado, a taxa acumulada em 12 meses ficou negativa em 4,63%, a maior queda da série histórica do indicador, iniciada em 2014. O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. A queda de 0,35% nos preços dos produtos industriais na porta de fábrica em abril foi decorrente de recuos em 12 das 24 atividades pesquisadas. No mês de abril, as reduções de preços mais acentuadas ocorreram em papel e celulose (-3,57%), madeira (-3,19%) e outros produtos químicos (-2,61%). As altas mais intensas foram registradas em farmacêuticos (3,97%) e extrativas (1,70%). A maior contribuição para a deflação na indústria foi de outros produtos químicos, -0,22%, seguido de refino de petróleo e biocombustíveis, com queda de 1,64% e impacto de -0,18%, e papel e celulose, contribuição de -0,11%.

Em abril, houve reduções de preços nos três grupos da indústria química: produtos químicos inorgânicos, resinas e elastômeros, e defensivos agrícolas. O destaque foi a fabricação de produtos químicos inorgânicos, onde estão os fertilizantes, com queda de 6,39% em abril. Passado o período de escassez, os fertilizantes estão em um cenário que combina excesso de oferta com demanda reprimida, pois os produtores estão estocados. A oferta de fertilizantes no mercado mundial vinha sendo impactada pelas restrições da pandemia e ficou ainda mais escassa com a guerra na Ucrânia. Os produtores brasileiros acabaram reforçando os estoques para evitar a falta em época de safra. No período, os preços subiram, mas a partir do segundo semestre do ano passado, com menos restrições da pandemia e volta da exportação de países europeus, a oferta cresceu, mas não foi acompanhada pela demanda. Isso impactou o setor químico como um todo. No caso de refino, houve quedas em derivados de petróleo, como o óleo diesel e o querosene de aviação.

Um produto que não costuma ser destaque, mas o foi em abril é o biodiesel, com redução devido à queda dos preços do óleo de soja, principal matéria-prima. Na contramão, o álcool etílico teve alta devido ao aumento nos preços da cana-de-açúcar, com oferta reduzida em função de questões climáticas. A redução nos preços de papel e celulose foi puxada pela desvalorização de 3,7% do dólar ante o Real em abril. O dólar mais baixo impacta diversos setores que têm como característica produtos exportáveis. Além do dólar, houve uma menor cotação da celulose no mercado internacional. Na direção oposta, a indústria farmacêutica exerceu a maior pressão altista sobre o IPP de abril, contribuição de 0,10%, em decorrência da autorização do reajuste de até 5,6% dos preços dos medicamentos, feita pelo órgão regulador do setor. O setor de veículos subiu 0,16% em abril, a 34ª variação positiva. No acumulado em 12 meses, o aumento é de 6,08%. São quase três anos seguidos de alta nos veículos, o que pode ser justificado por aumento de custos. Desde o início da pandemia, observa-se a crise dos semicondutores que impacta a aquisição de insumos para automóveis. Mas, em termos absolutos e comparativos com outras atividades pesquisadas, a variação não é muito elevada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.