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30/Mai/2023

Brasil: estratégia em relação aos bancos multilaterais

Na pegada de inserção internacional determinada pelo governo Lula para o seu terceiro mandato, o Brasil prepara uma estratégia para se posicionar em relação aos bancos multilaterais dos quais já faz parte como associado. A intenção é criar uma atuação na área de governança dos projetos, que vai além da participação do País nas diretorias executivas dessas instituições e que visa também a atingir pontos de alteração nas reformas pelas quais muitos prometem passar nos próximos anos. Alguns bancos dividem consulta aos países todos os anos, para aproximar o relacionamento entre a entidade e seu associado. É o caso do Banco Mundial, o Bird, que fará isso com o Brasil este ano, por exemplo.

Outros mais novos, como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), mais conhecido como Banco dos Brics e que desde abril vem sendo comandado pela ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, não contam com esse canal individualizado. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) também não. A ideia, portanto, é criar uma espécie de mapa de atuação, deixando claro como cada instituição pode servir ao Brasil e vice-versa, de forma mais ampla e conectada. O raciocínio por trás dessa estratégia é reconhecer a prioridade de cada banco e, assim, facilitar a tomada de recursos de maneira mais eficaz em cada um deles. Atualmente, as atuações são segmentadas. O governo brasileiro acredita que esta deve ser a iniciativa dos países, e não necessariamente das instituições. E que uma postura mais proativa nessa linha pode render mais frutos ao associado.

Para além das questões domésticas, esta deve ser uma atuação do Brasil no exterior no momento em que há uma série de reformas e atualizações de instituições financeiras e organismos multilaterais. Um dos pontos que o Brasil vai focar é o de evitar que haja um trade off entre clima e desenvolvimento. A intenção é criar formas que acelerem a liberação de recursos para ampliação de atividades em áreas não poluentes ou não degradáveis ao meio ambiente. A avaliação é de que hoje muitos fundos verdes são complexos e de difícil acesso. O problema é que esbarra no temor dos credores de incentivar a prática de greenwashing, que é o uso de recursos para projetos que teoricamente são verdes, mas que acabam escondendo implicações negativas para o clima. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.