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26/Mai/2023

Inflação está em desaceleração neste mês de maio

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,51% em maio, após ter subido 0,57% em abril. Com o resultado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 3,12% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 4,07%. O grupo alimentação e bebidas passou de uma alta de 0,04% em abril para uma elevação de 0,94% em maio. O grupo Alimentação e bebidas deu uma contribuição de 0,20% para a taxa de 0,51% do IPCA-15 deste mês. A alimentação no domicílio ficou 1,02% mais cara em maio. Os destaques foram as altas nos preços do tomate (18,82%), batata-inglesa (6,60%), leite longa vida (6,03%) e queijo (2,42%). O leite e o tomate figuraram no topo do ranking de maiores pressões sobre a inflação do mês, contribuindo, cada um, com 0,05% para o IPCA-15 de maio. Por outro lado, houve quedas no óleo de soja (-4,13%) e nas frutas (-1,52%).

A redução de 0,40% nos preços das carnes também impediu uma aceleração maior no ritmo de aumento dos gastos das famílias com alimentação em maio. As carnes já acumulam uma queda de 3,47% de janeiro a maio deste ano. A alimentação fora do domicílio subiu 0,73% em maio. O lanche aumentou 1,08%, e a refeição fora de casa teve elevação de 0,46%. A queda de 17,26% nos preços das passagens aéreas puxou uma redução nos gastos das famílias com transportes em maio. O grupo Transportes passou de uma elevação de 1,44% em abril para um recuo de 0,04% em maio. O grupo foi responsável por -0,01% para a formação da taxa de 0,51% registrada pelo IPCA-15 neste mês. As passagens aéreas foram o item de maior impacto negativo, -0,12% de contribuição para a inflação de maio. Os combustíveis subiram 0,12%. Houve queda nos preços do óleo diesel (-2,76%), gás veicular (-0,44%) e gasolina (-0,21%), mas o etanol aumentou 3,62%. As tarifas de metrô subiram 1,97%. Os ônibus urbanos aumentaram 2,71%.

Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de uma alta de 0,48% em abril para uma elevação de 0,43% em maio, uma contribuição positiva de 0,07% para o IPCA-15 deste mês. O destaque no grupo foi a energia elétrica residencial, com alta de 0,51% e contribuição de 0,02% para a inflação do mês. A taxa de água e esgoto teve alta de 1,24%. O gás encanado aumentou 0,83%. Os gastos das famílias brasileiras com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 1,04% em abril para uma alta de 1,49% em maio, uma contribuição positiva de 0,20% para o IPCA-15 deste mês. A maior pressão partiu do aumento de 2,68% nos produtos farmacêuticos, após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março. O subgrupo deu uma contribuição de 0,09% para o IPCA-15. O plano de saúde aumentou 1,20% em maio, ainda incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.

O item figura no topo de maiores impactos no IPCA-15 do mês, 0,05%, ao lado do leite longa vida e do tomate. Os itens de higiene pessoal subiram 1,38% em maio, influenciados principalmente pelos perfumes (2,21%). Sete dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram altas de preços em maio. As quedas ocorreram em Transportes (-0,04%, impacto de -0,01%) e Artigos de residência (-0,28%, impacto de -0,01%). Em Artigos de residência, os itens de TV, som e informática caíram 1,44%, influenciados pela redução de preços dos televisores (-2,21%). Já os eletrodomésticos e equipamentos recuaram 0,92%, puxados pelas quedas do refrigerador (-1,37%) e da máquina de lavar roupa (-1,09%). Os grupos com aumentos foram Vestuário (0,35%, impacto de 0,02%), Habitação (0,43%, impacto de 0,07%), Educação (0,07%, impacto de 0,00%), Despesas pessoais (0,40%, impacto de 0,04%), Saúde e cuidados pessoais (1,49%, impacto de 0,20%), Comunicação (0,02%, impacto de 0,00%) e Alimentação e bebidas (0,94%, impacto de 0,20%).

O resultado geral do IPCA-15 em maio foi decorrente de altas de preços em todas as 11 regiões pesquisadas. A taxa mais branda ocorreu em Recife - PE (0,19%), enquanto a mais acentuada foi registrada em Belo Horizonte - MG (0,90%). Os aumentos no leite longa vida (6,03%), tomate (18,82%) e plano de saúde (1,20%) responderam juntos por 30% da inflação de 0,51% apurada pelo IPCA-15 em maio. Os três itens figuraram no topo do ranking de maiores pressões sobre o IPCA-15 do mês, com impacto de 0,05% cada um. A lista de maiores contribuições contém ainda os itens emplacamento e licença (alta de 1,62% e impacto de 0,04%), ônibus urbano (2,71% e 0,03%), jogos de azar (6,29% e 0,03%), etanol (3,62% e 0,02%), perfume (2,21% e 0,02%), taxa de água e esgoto (1,24% e 0,02%) e energia elétrica residencial (0,51% e 0,02%). Na direção oposta, as passagens aéreas foram o item de maior influência negativa em maio, com queda de 17,26% e contribuição de -0,12%.

Os demais itens no ranking de principais impactos negativos, todos com contribuição de -0,01%, foram: automóvel usado (-0,78%), mamão (-7,88%), óleo de soja (-4,13%), pacote turístico (-1,93%), gasolina (-0,21%), televisor (-2,21%), cebola (-4,83%), óleo diesel (-2,76%) e aparelho telefônico (-0,74%). O presidente do Banco Central, Roberto Campos, afirmou que o processo de desinflação no Brasil está em ritmo muito lento e ainda não acabou. Ele enfatizou a necessidade de a autoridade agir com paciência e sinergia e trabalhar para retornar o índice de preços de volta à meta da autoridade, de 3% ao ano. O Brasil foi o primeiro país a iniciar o processo de aperto monetário ao identificar que a inflação no seria mais persistente. O Banco Central quer ter certeza de que fará a inflação convergir para a meta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.