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26/Mai/2023

Mata Atlântica: Minas Gerais lidera na devastação

De acordo com a nova edição do Atlas da Mata Atlântica, lançado na quarta-feira (24/05), entre os meses de outubro de 2021 e de 2022, 20.075 hectares da Mata Atlântica foram destruídos. Isso corresponde a mais de 20 mil campos de futebol ou um Parque do Ibirapuera desmatado a cada três dias. Entre os cinco Estados que mais destruíram o bioma, o mais devastado do País, quatro são presença constante na lista da devastação desde o início dos anos 2000: Minas Gerais, Bahia, Paraná e Santa Catarina. O Atlas da Mata Atlântica é um estudo realizado desde 1989 pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Desde que o levantamento passou a ser divulgado anualmente, em 2011, Minas Gerais foi o Estado que mais desmatou por oito vezes. Em outras três edições, esteve em segundo lugar.

A Mata Atlântica representa cerca de 19% do território de Minas Gerais e cerca de 40% da área total existente do bioma no País. A Bahia esteve no topo da lista duas vezes nesse período, seis vezes em segundo lugar, duas vezes em terceiro e uma vez na quarta colocação. Paraná e Santa Catarina, com extensões menores de desmatamento, se alternaram entre a quarta e a quinta colocações. A eles se somam em anos alternados Mato Grosso do Sul e Piauí, Estado com três entre as cinco cidades com os maiores desmatamentos no último levantamento. Isso, somado à presença do Piauí entre os maiores devastadores entre 2013 e 2018 revela um movimento de expansão do desmate de terras na Região Nordeste. O levantamento divulgado nesta quarta aponta que os 20.075 hectares desmatados representam uma redução de 7% em relação ao que se perdeu em 2020-2021.

No entanto, essa área perdida é a segunda maior dos últimos seis anos e fica 76% acima do valor mais baixo já registrado na série histórica, 11.399 hectares, entre 2017 e 2018. Para a SOS Mata Atlântica, o desmate acontece na esteira do avanço da atividade agropecuária nos Estados da Região Nordeste e da exploração de araucária no Paraná. Bahia, Minas, Piauí e Mato Grosso do Sul são áreas de fronteiras agrícolas e o desmatamento ocorre em áreas de transição da Mata Atlântica para biomas como o Cerrado e a Caatinga. Mais de 90% do desmatamento tem indícios de ilegalidade. De acordo com o último levantamento, apenas 0,9% das perdas ocorreram em áreas protegidas, enquanto 73% se deram em terras privadas. Além do avanço das fronteiras agrícolas, a especulação imobiliária, principalmente nas proximidades das grandes cidades e no litoral, é apontada como causa. O governo de Minas Gerais afirma que, de 2021 até abril deste ano, foram recuperados mais de 26,5 mil hectares de área referente à Mata Atlântica.

Segundo o Estado, o combate ao desmatamento ilegal e a preservação da biodiversidade, aliada ao desenvolvimento sustentável, são algumas das principais metas do governo, que diz investir em ações estratégicas. Ainda segundo o governo estadual, nos primeiros quatro meses deste ano foram feitas 1.467 fiscalizações ambientais, com 1.033 infrações referentes à Mata Atlântica. Em Santa Catarina, o Instituto do Meio Ambiente (IMA) afirma que trabalha no combate ao desmatamento ilegal. Segundo o órgão, uma das ações do IMA foi o desenvolvimento do Sistema Integrado de Monitoramento e Alertas de Desmatamento. O programa utiliza imagens de satélite para comparar locais em diferentes períodos, mostrando o histórico da vegetação. São avaliados mosaicos com até 4,7 m de resolução espacial disponibilizados pelo programa NICFI, em parceria com o governo da Noruega. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.