26/Mai/2023
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, anunciou nesta quinta-feira (25/05) novas linhas de financiamento à indústria para que o setor possa obter crédito em condições parecidas com as oferecidas ao agronegócio. Ao defender durante evento do Dia da Indústria na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) uma versão industrial do Plano Safra, Mercadante informou que o BNDES vai oferecer financiamento de R$ 2 bilhões para as exportações de produtos brasileiros. Nessa linha, que visa diminuir custo de exportadores para que os produtos brasileiros ganhem mercados internacionais, o banco vai reduzir em 61% o seu spread, ou seja, a diferença entre a taxa cobrada das empresas e a taxa de captação. O BNDES está praticamente abrindo a mão do spread para ajudar a indústria a exportar, acrescentou.
Além disso, outra linha de R$ 2 bilhões, que pode chegar a R$ 4 bilhões, será oferecida à indústria exportadora nas mesmas condições da agricultura: 7,5% ao ano, com taxa fixa em dólar e dois anos de carência. Adicionalmente, foram aprovados mais R$ 20 bilhões para financiamento de inovação nos próximos quatro anos a uma taxa 1,7% ao ano. O BNDES vai disponibilizar recursos para inovação. Como o banco tem outros R$ 20 bilhões para financiar investimentos em tecnologia da informação, os recursos para inovação chegam a R$ 40 bilhões. Mercadante afirmou que o Brasil não se tornará uma nação desenvolvida sem o crescimento da indústria, setor que gera valor agregado, tecnologia e emprego qualificado. O País precisa voltar a ter um "plano industrializante". A expectativa é de que as medidas anunciadas ajudem a indústria brasileira a iniciar uma nova etapa. O BNDES também vai colocar R$ 3,6 bilhões dentro do novo Plano Safra, recursos que também ajudam a indústria, uma vez que são voltados à compra de equipamentos no campo.
Será criado um fundo de crédito do Sebrae com R$ 100 milhões do BNDES. O banco financia exportações “sem R$ 1,00 subsidiado, porém, classificando-se como um "desenvolvimentista", Mercadante sustentou a uma plateia formada por empresários da indústria que o subsídio é “indispensável” na saída da pandemia. Também cobrou em seu discurso uma reforma tributária que desonere a indústria e defendeu que o banco precisa ter outros indexadores além da Taxa de Longo Prazo, base das taxas cobradas pelo BNDES, assim como um deflator da taxa de juros para projetos considerados estratégicos. Mercadante defendeu ainda uma revisão da política de dividendos do banco, ao lembrar que hoje o BNDES entrega para a União 60% de seus dividendos. O lucro volta ao Tesouro ao invés de ir ao desenvolvimento do País. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.