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18/Mai/2023

Transição climática lenta desafia política monetária

As mudanças climáticas entraram no foco da política monetária por seus impactos na produção e, por extensão, preços de alimentos. A sociedade e os governos, porém, mostram-se poucos dispostos em acelerar a transição em direção a uma economia mais sustentável, ao passo que os bancos tampouco estão preparados aos riscos climáticos. Esse foi o quadro apresentado por dirigentes de bancos centrais da Alemanha e do Chile em painel sobre o tema na conferência anual do Banco Central brasileiro, realizada nesta quarta-feira (17/05).

O Bundesbank, o banco central alemão, defendeu que os bancos centrais tenham papel central no debate pois os riscos climáticos representarem também riscos financeiros. O banco central do Chile observou que a transição climática avança lentamente porque os custos de adversidades relacionadas ao clima são subestimados, assim como falta interesse do público em pagar o custo de introdução das tecnologias de baixa emissão. Os políticos não estão preocupados com isso porque os eleitores não estão preocupados com isso.

Estimativas mostram que as emissões, mesmo se metas forem cumpridas, terão um aumento de 15% em dez anos, quando o objetivo no Acordo de Paris era de reduzi-las entre 35% e 45% até 2030. São promessas vazias porque não serão concretizadas. Citando a grave seca pela qual o Brasil passou em 2021 e no início de 2022, o Bundesbank chamou a atenção para a perda de 30% dos resultados agrícolas no ano passado, além de forte alta dos preços de energia. Os riscos climáticos físicos e de transição podem causar custos econômicos significativos que podem gerar perdas financeiras.

No ano passado, os bancos centrais europeus realizaram o primeiro teste de estresse com base em riscos climáticos. Os resultados mostraram que as maiores 110 instituições financeiras da região não estão preparadas para lidar com esses riscos. Há muitos avanços positivos no financiamento da agenda climática, porém os recursos seguem abaixo do necessário. A história mostra que mudanças climáticas abruptas estão sempre associadas à migração em massa e conflitos sociais, um custo que reduz a importância de qualquer cálculo de crescimento econômico, alertou o banco central chileno. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.