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18/Mai/2023

Brasil: queda nos combustíveis reduzirá a inflação

Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), os cortes nos preços dos combustíveis anunciados no dia 16 de maio pela Petrobras nas refinarias devem reduzir em cerca de 0,60% a inflação oficial no País entre os meses de maio e junho. A queda anunciada no custo da gasolina, item de maior peso no orçamento das famílias, conteria o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE) em 0,40%, 0,20% a menos em maio e 0,20% a menos em junho. O gás de cozinha tem peso menor sobre o cálculo da inflação, mas sofreu um corte de preços maior, o que resultaria numa contribuição de cerca de -0,10% em maio e -0,10% em junho. A Petrobras reduziu em R$ 0,40 por litro o seu preço médio de venda da gasolina tipo A para as distribuidoras, que passará de R$ 3,18 por litro para R$ 2,78 por litro, queda de 12,6%.

A empresa cortou em R$ 0,44 por litro o seu preço médio de venda de diesel tipo A para as distribuidoras, que passará de R$ 3,46 por litro para R$ 3,02 por litro, redução de 13%. O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, terá uma redução de R$ 0,69 por quilo no preço médio, recuo de 21%. Esse impacto não vai chegar integralmente na bomba, deve chegar um impacto em torno de -8% na bomba (para a gasolina). Isso daria um encolhimento de 0,40% no IPCA em 30 dias, -0,20% em maio e -0,20% em junho. A FGV estima corte em torno de 15% no preço do gás de cozinha no varejo. Então, a expectativa para a inflação em maio era de 0,50%, cai para 0,20%. Se a expectativa de inflação para junho era em torno de 0,35% e 0,40%, já recua para em torno de 0,10%. A influência da redução não será tão relevante para a inflação de 2023 porque é esperado novo encarecimento da gasolina em julho.

Em julho tem a questão de nivelamento do ICMS entre os Estados. A expectativa é que a gasolina suba 10%. Se essa alta realmente acontecer, a maior parte do efeito dessa queda agora fica neutralizada. Então, isso não chega a alterar muito a expectativa de inflação para o ano. O impacto das reduções de preços dos combustíveis no Índice de Preços ao Consumidor será igual ao previsto para o IPCA. A diferença virá via inflação no atacado, que assimilará integralmente os cortes anunciados nas refinarias. A previsão é de uma redução de 0,70% no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) nos Índices Gerais de Preços (IGPs) entre maio e junho. O recuo pode aprofundar a deflação recorde na taxa acumulada pelos IGPs em 12 meses. O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou uma queda de 1,01% em abril, levando a taxa de inflação acumulada em 12 meses descer a uma queda de 2,57%, menor resultado já registrado pela série histórica, desde a implementação do Plano Real.

O IPA já está negativo e puxando o IGP para esse mesmo caminho. Com esse recuo dos combustíveis, essa taxa negativa que deve se repetir em maio e ficará mais aprofundada. O corte no preço do diesel tem pouca influência sobre a inflação ao consumidor, mas o impacto indireto na atividade produtiva é grande. O óleo diesel movimenta máquinas no campo, tem peso importante no custo do frete e do transporte urbano, por exemplo. Na medida em que cai o preço do diesel, também pode contribuir para uma desinflação de vários segmentos industriais e de prestação de serviços. A parte boa é que tem diesel; o efeito não é flagrante, não é facilmente mensurável e não está limitado nesse horizonte de maio e junho, é enquanto esse preço se mantiver nesse novo patamar. Por essa razão, o efeito é mais importante, mas é mais difícil de ser medido, mais de médio e longo prazo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.