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16/Mai/2023

Mercado de Carbono: oportunidades para o Brasil

Um estudo inédito elaborado pela organização sem fins lucrativos CCS Brasil afirma que os projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS) no Brasil podem gerar receitas próximas a US$ 14 bilhões por ano. Os cálculos são feitos com base no potencial de captura que o Brasil pode ter anualmente, de cerca de 200 milhões de toneladas de CO², e consideram um cenário em que todos os projetos são elegíveis para geração de créditos de carbono. Projetos de CCS podem gerar receitas significativas para as fontes emissoras que adotam essa tecnologia, dependendo do preço do crédito de carbono e do volume de emissões evitadas. A pesquisa considera US$ 70,00 por tonelada como o preço do crédito de carbono. Em um cenário um pouco mais otimista, em que o preço do crédito de carbono pode chegar a US$ 100,00 por tonelada de CO², a estimativa é de que as receitas possam alcançar um valor próximo de US$ 20 bilhões anuais.

Os dados fazem parte do 1º Relatório Anual de CCS no Brasil, que deverá ser divulgado nesta terça-feira (16/05). Somente os projetos vinculados à produção de bioenergia (chamados de BECCS) podem gerar entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3,8 bilhões por ano. O segmento tem potencial de capturar cerca de 40 milhões de toneladas de carbono anualmente, cerca de 20% do potencial total do Brasil, com base em resultados de 2021. Dos 40 milhões, 60% são provenientes da produção de etanol, 39% da geração de bioeletricidade e menos de 1% da produção de biogás. Apesar do potencial, ainda há um caminho para que os projetos de CCS possam ser elegíveis para créditos de carbono. É necessário que as metodologias de certificação de redução de emissões sejam atualizadas e considerem as tecnologias de CCS como elegíveis. Isso ainda faz parte do debate em vigor com as entidades certificadoras de créditos de carbono e sobre políticas de incentivos à redução de emissões. O governador do Pará, Helder Barbalho, defendeu que o Legislativo acelere a aprovação de um marco legal para regulamentar o mercado de carbono no Brasil.

O vácuo legislativo sobre o tema tem levado a iniciativa privada internacional a atuar diretamente junto às comunidades extrativistas na compra de crédito de carbono, o que preocupa. O Brasil precisa compreender que tem oportunidade de novo negócio que está na porta. O mercado privado já está fazendo de forma voluntária, o que preocupa porque há informações e até denúncias, de comunidade ribeirinhas de empresas internacionais que estão negociando oportunidades de carbono com comunidades extrativas. A regularização do mercado de carbono é de necessidade extrema. O mercado internacional está ávido por pagar. O governador afirmou também que avalia fazer a concessão de 4 milhões de hectares de área de floresta do Pará à iniciativa privada. Além disso, serão oferecidos também 20 mil hectares de áreas antropizadas, ou seja, que sofreram com a ação humana. Não basta apenas cuidar da floresta, é preciso restaurar áreas que no passado foram florestas e hoje estão antropizadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.