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16/Mai/2023

Amazônia Legal: floresta em pé é muito mais valiosa

Estudo recente do Banco Mundial mostra que a sustentabilidade é bem mais que uma boa causa. Afora todos os motivos para o País proteger o meio ambiente, o relatório apresenta estimativas quanto ao valor econômico da conservação da Amazônia Legal. As projeções indicam que a floresta em pé vale até sete vezes mais que os ganhos obtidos com sua exploração econômica, seja na agricultura, na indústria madeireira ou na mineração. Mais um incentivo para que o País reforce os cuidados com a preservação da natureza. A Amazônia é uma riqueza por si só, e isso fica mais evidente a cada dia no mundo inteiro.

Trincheira contra o aquecimento global e verdadeiro tesouro da biodiversidade, sua mera existência tem valor estimado em mais de US$ 317 bilhões por ano, o equivalente a R$ 1,5 trilhão. O cálculo, como tudo que envolve a Amazônia, considera variáveis de magnitude extrema. Entre elas, a contribuição do ecossistema amazônico para o regime de chuvas na América do Sul, essencial para o êxito da agricultura no subcontinente, e seu papel como sumidouro de carbono, função cada vez mais valiosa na luta para diminuir o ritmo das mudanças climáticas.

Eis a dimensão econômica do patrimônio natural ameaçado pelo desmatamento. O ponto principal da questão, porém, extrapola o diagnóstico desse valor universal e incontestável da maior floresta tropical do planeta. Como bem lembra o estudo do Banco Mundial, a Amazônia Legal tem 28 milhões de habitantes, um território maior que o da União Europeia e níveis alarmantes de pobreza. Faz-se necessário, então, fomentar o crescimento econômico, elevando o padrão de vida da população ao mesmo tempo que se reforçam os cuidados com o meio ambiente.

Daí por que a agenda verde deve conciliar desenvolvimento e preservação. Em outras palavras, encarar o desafio da sustentabilidade, com fórmulas capazes de transformar o trilionário tesouro apontado pelo Banco Mundial em recursos que melhorem as condições de vida das populações locais. Ao se debruçar sobre o tema, o relatório Equilíbrio delicado para a Amazônia Legal Brasileira, um memorando econômico sinaliza que tamanho esforço exige repensar o modelo de desenvolvimento da região. De um lado, é preciso reforçar a fiscalização e o controle do desmatamento ilegal.

Mas, corre-se o risco de “enxugar gelo”, se não forem tomadas medidas estruturais para criar oportunidades e incentivar atividades que não impliquem devastação ambiental. Ao chamar a atenção para a grandeza econômica da Floresta Amazônica, o Banco Mundial amplia o debate e abre espaço para soluções que primem pela sustentabilidade. O fato de que a floresta em pé tem valor econômico descomunal há de contribuir para a sua preservação. Isso é uma boa notícia. Melhor ainda será o dia em que toda essa riqueza significar mais comida na mesa e melhores condições de vida para toda a população. Sem a derrubada de árvores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.