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16/Mai/2023

Brasil: vantagens para superar mudanças climáticas

De acordo com o Relatório de Clima e Desenvolvimento do País elaborado pelo Banco Mundial, o Brasil está em uma posição de vantagem para dar ao seu povo uma vida melhor e, ao mesmo tempo, superar com sucesso a ameaça da mudança climática. O relatório pontua que as mudanças climáticas já estão mudando os padrões de temperatura e precipitação no Brasil, resultando em redução da disponibilidade de água e secas prolongadas, e esses problemas devem piorar com o tempo. Isso tem implicações para o uso de energia hidrelétrica, agricultura e água urbana, e ameaça os ecossistemas únicos do Brasil, especialmente os biomas Amazônia e Cerrado.

Eventos climáticos extremos, como secas, inundações repentinas e inundações fluviais nas cidades estão causando perdas médias de R$ 13 bilhões (0,1% do PIB de 2022) por ano. Os desastres também interrompem significativamente a infraestrutura de transporte e energia do Brasil, afetando a competitividade econômica. As pessoas pobres que vivem nos centros urbanos, especialmente os residentes de assentamentos informais, são particularmente vulneráveis. Mesmo sem considerar possíveis pontos de inflexão, os choques climáticos podem levar outros 800 mil a 3 milhões de brasileiros à extrema pobreza já em 2030.

Embora o Brasil tenha reduzido drasticamente a parcela de pessoas que vivem em extrema pobreza nas últimas três décadas, a parcela de pobres extremos aumentou desde a recessão econômica de 2015-2016 e estima-se que tenha atingido 5,8% em 2021. Reduções relacionadas ao clima na renda agrícola, eventos climáticos extremos, mudanças nos preços dos alimentos, impactos na saúde e redução da produtividade do trabalho devido ao calor podem exacerbar a pobreza. Dependendo do caminho de desenvolvimento subjacente, o aumento resultante da pobreza extrema pode variar de 0,4 a 1,3% da população até 2030. O perfil de emissões do Brasil apresenta opções de baixo custo para reduzir as emissões globais do País, aumentando sua resiliência aos riscos climáticos e mitigando o risco de chegar a um ponto de inflexão.

Cumprir o compromisso do governo de parar o desmatamento ilegal até 2028 e atingir desmatamento líquido zero até 2050 (conforme o Código Florestal de 2012) poderia criar remoções significativas de dióxido de carbono (CO²) ao mesmo tempo em que preservaria serviços ecossistêmicos vitais para a agricultura, energia, e setores urbanos. Priorizar os esforços para conter o desmatamento também permitiria ao Brasil descarbonizar gradualmente outros setores e evitar chegar ao ponto de inflexão da Amazônia. Quase metade do fornecimento de energia do Brasil, incluindo mais de 80% de sua eletricidade, já vem de fontes renováveis, em comparação com as médias mundiais de 15% a 27%.

Isso dá ao País uma vantagem competitiva no fornecimento de produtos necessários para descarbonização, incluindo minerais verdes, hidrogênio verde e produtos manufaturados verdes. Embora as opções renováveis sejam as mais econômicas para as necessidades domésticas de energia, as reservas de petróleo e gás associadas ao Brasil permanecerão competitivas nos mercados globais nas próximas décadas. Os custos de produção relativamente baixos significam que a produção brasileira de combustíveis fósseis e as receitas associadas devem aumentar a médio prazo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.