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15/Mai/2023

Inflação: desaceleração perde ritmo no mês de abril

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou abril com alta de 0,61%, ante um avanço de 0,71% em março. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 2,72%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 4,18% até abril. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,53% em abril, após uma elevação de 0,64% em março. Com o resultado, o índice acumulou alta de 2,42% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 3,83%, ante taxa de 4,36% até março. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. A alta de 0,61% registrada pelo IPCA em abril voltou a desacelerar a taxa acumulada em 12 meses. No mês de abril de 2022, o IPCA tinha sido de 1,06%. A taxa em 12 meses passou de 4,65% em março para 4,18% em abril. O resultado foi o mais baixo desde outubro de 2020, quando estava em 3,92%.

Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,71% em abril, após alta de 0,05% em março. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,15% para o IPCA, que subiu 0,61% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve alta de 0,73% em abril, após ter recuado 0,14% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,66%, ante alta de 0,6% em março. O aumento nos preços dos alimentos em abril foi provocado, principalmente, por uma restrição de oferta. Houve alta nos preços do tomate (10,64%), leite longa vida (4,96%) e queijo (1,97%). Na direção oposta, ficaram mais baratos a cebola (-7,01%) e o óleo de soja (-4,44%). Os alimentos que mais subiram foram influenciados por uma restrição de oferta, como é o caso do tomate, manga, ovo de galinha e leite, que também aumentou preços de derivados, como queijos e sorvete. Alimentação fora do domicílio subiu 0,66% em abril. O lanche fora de casa ficou 0,93% mais caro, enquanto a refeição, 0,51%.

Os preços de Transportes subiram 0,56% em abril, após alta de 2,11% em março. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,12% para o IPCA, que subiu 0,61% no mês. Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,44% em abril, após avanço de 7,01% no mês anterior. A gasolina caiu 0,52%, após ter registrado alta de 8,33% em março, enquanto o etanol avançou 0,92% nesta leitura, após alta de 3,2% na última. Os gastos das famílias com Saúde e cuidados pessoais passaram de uma elevação de 0,82% em março para uma alta de 1,49% em abril, o equivalente a uma contribuição de 0,19% para a taxa de 0,61% IPCA no último mês. O resultado foi puxado pela alta de 3,55% nos produtos farmacêuticos, com uma contribuição de 0,12% para a inflação do mês. A alta ocorreu após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março. O item plano de saúde subiu 1,20%, incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023.

Os itens de higiene pessoal desaceleraram de um aumento de 0,76% em março para 0,56% em abril, após uma queda de 1,09% nos preços dos perfumes no último mês. As famílias brasileiras gastaram 0,48% a mais com habitação em abril, uma contribuição de 0,07% ara a taxa de 0,61% registrada pelo IPCA no mês. A alta foi puxada pelo aumento de 0,48% na energia elétrica residencial, que resultou numa contribuição de 0,02% para o IPCA no mês. A taxa de água e esgoto teve uma alta de 0,33%. O gás encanado subiu 0,22%. Todos os nove grupos que integram o IPCA registraram altas de preços em abril. As famílias gastaram mais com Alimentação e bebidas (0,71%, impacto de 0,15%), Transportes (0,56%, impacto de 0,12%), Saúde e cuidados pessoais (1,49%, impacto de 0,19%), Despesas pessoais (0,18%, impacto de 0,02%), Educação (0,09%, impacto de 0,01%), Habitação (0,48%, impacto de 0,07%), Comunicação (0,08%, impacto de 0,00%), Artigos de residência (0,17%, impacto de 0,01%) e Vestuário (0,79%, impacto de 0,04%).

Todas as 16 regiões investigadas pelo IBGE registraram alta de preços em abril. O aumento nos preços dos alimentos em abril foi provocado, principalmente, por uma restrição de oferta. Houve alta nos preços do tomate (10,64%), leite longa vida (4,96%) e queijo (1,97%). Na direção oposta, ficaram mais baratos a cebola (-7,01%) e o óleo de soja (-4,44%). Os alimentos que mais subiram foram influenciados por uma restrição de oferta, como é o caso do tomate, manga, ovo de galinha e leite, que também aumentou preços de derivados, como queijos e sorvete. Alimentação fora do domicílio subiu 0,66% em abril. O lanche fora de casa ficou 0,93% mais caro, enquanto a refeição, 0,51%. A queda de 0,52% no preço da gasolina ajudou a conter o IPCA em abril. Em abril, os itens que mais ajudaram a frear a inflação foram gasolina (-0,03%), óleo de soja (-0,01%), perfume (-0,01%), cebola (-0,01%) e pacote turístico (-0,01%).

Na direção oposta, os itens de maior pressão sobre o IPCA foram passagem aérea (0,07%), plano de saúde (0,05%), emplacamento (0,04%), leite longa vida (0,04%) e tomate (0,03%). O subitem com maior impacto no mês foi passagem aérea. Lembrando que produtos farmacêuticos têm vários subitens, abrangendo diferentes classes de medicamentos. Em conjunto, os produtos farmacêuticos subiram 3,55% em abril, uma contribuição de 0,12% para a inflação do mês, após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março. A alta nos preços das passagens aéreas impediu um arrefecimento maior na inflação do grupo Transportes em abril. A desaceleração foi influenciada pela queda de 0,44% nos combustíveis, que tinham subido 7,01% em março. Em abril, houve redução no óleo diesel (-2,25%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,52%), mas o etanol subiu 0,92%. As passagens aéreas aumentaram 11,97% em abril, após recuarem 5,32% em março. O metrô aumentou 1,24%. O ônibus urbano teve alta de 1,11%. O ônibus intermunicipal caiu 0,25%.

Segundo a Garde Asset, os resultados do IPCA em abril corroboram a percepção do Banco Central de que a primeira parte da desinflação foi mais fácil do que a segunda. A leitura, além da surpresa no headline, atribuída principalmente ao comportamento de alimentação, também trouxe um qualitativo pior. Esperava-se acelerações dos núcleos de inflação, mas veio um pouco além. A média dos núcleos e os serviços subjacentes, medidas importantes para o Banco Central, estão rodando acima de 6,0% quando anualizadas e dessazonalizadas no acumulado em três meses. Foi mais fácil trazer de 10% para esse intervalo próximo de 6%, agora, a segunda parte, para chegar na meta será mais difícil. Em abril, a surpresa de alimentação esteve relacionada principalmente a leite e derivados, um comportamento pouco atípico, e in natura. Para a ASA Investments, o resultado do IPCA de abril trouxe um qualitativo ruim, que segue indicando um segundo trimestre com média elevada dos núcleos de inflação. Os serviços devem continuar como destaque negativo. No resultado de abril, houve uma desaceleração mais modesta de bens industriais. Deixar a inflação de dois dígitos é mais fácil do que de fato convergir para a meta. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.