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11/Mai/2023

Agronegócio quer melhorar reputação com jovens

Os principais empresários do agronegócio nacional estão atentos ao que pensam as futuras gerações sobre o segmento. Não apenas porque eles serão os responsáveis por suceder o trabalho no campo, mas também porque sabem que vem dos jovens a principal desconfiança sobre o setor. Segundo a pesquisa "Percepções sobre o agro - O que pensa o brasileiro", idealizada pelo Movimento Todos a Uma Só Voz, do total da população que tem propensão de boicotar o agronegócio, 51% são considerados jovens. De olho neste e em outros públicos, o projeto "Marca Agro do Brasil", que conta com o apoio de lideranças como o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e o professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) Marcos Fava Neves, quer melhorar o posicionamento e a construção da imagem do setor. Segundo a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA), existe uma falsa ideia de que o setor não evoluiu, mas ele já evoluiu muito.

A ideia é mostrar o que já foi feito e o que ainda é preciso fazer. Organizados em dez conselhos, pesquisadores, especialistas e grandes nomes do setor idealizam estratégias para melhorar a reputação do segmento frente à população. Eles já observaram que os principais gargalos estão centrados sobre alguns temas. Por exemplo, defensivo é um dos pontos que sempre vêm à tona quando se fala sobre o agro e a ideia é levar conhecimento sobre o tema. As pautas discutidas pelo grupo foram orientadas pela pesquisa que mostrou como o Brasil enxergava o agronegócio. Divulgada no ano passado, a pesquisa "Percepções sobre o agro" entrevistou mais de 4 mil brasileiros com o auxílio de metodologias internacionais e do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No estudo, 7 em cada 10 respostas mostraram que a população vê o agronegócio de maneira positiva, está aberta a ouvir histórias e acredita que o setor gera riquezas, orgulho e credibilidade.

Já os outros 30% estão propensos ao boicote, ou seja, se sentem culpados por consumir algo proveniente do agronegócio, não falam bem do setor e não acreditam nos benefícios trazidos pelo segmento. A ideia do projeto "Marca Agro do Brasil" é trabalhar a comunicação sobre o agronegócio em todas as faixas etárias, mas especialmente com os públicos que mais dão sinais de aversão ao setor. A parcela de 30% da população tem propensão a boicotar e, desses 30%, 51% são jovens entre 15 e 29 anos. A pesquisa identificou que o desconhecimento é um dos principais motivos para esse afastamento. Por isso, o projeto, que por enquanto opera de forma voluntária, começará em julho deste ano a buscar recursos para financiar estratégias de comunicação, como atividades em escolas, propagandas em veículos de mídia e ações em redes sociais. O Tiktok é hoje um canal para formar e difundir a opinião de jovens de todo o País. Não por acaso, se tornou uma das principais plataformas para divulgar a 28ª edição da Agrishow, a principal feira de tecnologia agrícola do Brasil.

A Agrishow contratou 14 influenciadores para cobrir o evento em seus perfis. Na plataforma, o tema "Agrishow" possui mais de 60 milhões de visualizações. Além da presença de influenciadores, a Agrishow deste ano também registrou um volume recorde de estudantes: 3 mil. Em parceria com a associação "De olho no material escolar", que visa atualizar os conteúdos didáticos sobre o agronegócio usando fontes científicas públicas, alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio da região de Ribeirão Preto, município sede da feira, passearam por estandes de empresas como John Deere, Coopercitrus, Sicoob e Bradesco. O material escolar desses estudantes está desatualizado e não reflete a realidade do agronegócio hoje. No evento, os jovens puderam ver, por exemplo, demonstrações de como a tecnologia atua hoje no campo. É importante dar a eles essa sensação de pertencimento e até mostrar uma possibilidade de atuação profissional.

A ideia de aproximar, fisicamente, o agronegócio dos mais jovens atua como uma maneira de mudar a maneira que veem o segmento. Segundo a pesquisa "Percepções sobre o agro", quem já trabalhou ou tem parentes que trabalham no agronegócio tende a avaliar mais positivamente o setor. O percentual de simpatia ao setor, nesses casos, passa de 80%. Quem vive no interior de cidades ou em áreas rurais também costuma ser mais favorável ao segmento. Mudar a percepção sobre o agronegócio daqueles que ainda vivem afastados do campo será um trabalho extenso e gradual. A expectativa é a de que o projeto levante recursos com empresas do setor para ações perenes e que não dependa do apoio do governo. A ideia é não depender financeiramente do governo, pois a expectativa é de que toda a cadeia produtiva do agro contribua. Não é um projeto pontual, é um projeto que tem como meta mensurar os resultados daqui a três ou cinco anos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.