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02/Mai/2023

Celulose: demanda europeia está abaixo do previsto

A Suzano verifica uma demanda de celulose na Europa abaixo do que a companhia esperava, mas o interesse na compra do produto é positivo nos Estados Unidos e na China. A companhia foi impactada pela queda nos preços da commodity no primeiro trimestre deste ano, mas a expectativa é de normalização no segundo trimestre. Um fator que pode explicar a queda nos preços é o aumento da oferta de celulose, em função do desenvolvimento de duas fábricas concorrentes no Chile e no Uruguai. Contudo, o preço da commodity caiu abaixo do custo marginal de muitas produtoras, e por conta disso espera uma retração na oferta do produto e uma troca da produção de celulose para o papel. O preço caiu, e com a queda abaixo do marginal haverá dois efeitos.

Em algum momento teremos o restabelecimento dos estoques e os clientes vão comprar mais. É difícil prever quando o preço vai voltar a se recuperar, mas em algum momento isso vai acontecer. Primeiro, os estoques dos clientes irão se recuperar, e em um segundo momento haverá aumento do preço da celulose. O volume de vendas de celulose da Suzano foi de 2,4 milhões de toneladas no primeiro trimestre deste ano, representando uma alta de 3% ante os três meses imediatamente anteriores, mesmo com o forte registro de queda nos preços. A empresa deve continuar vendendo e não vai promover grandes alterações em seus estoques internos. Em 2019, a Suzano errou em tentar minimizar a queda dos preços aumentando os estoques internos da companhia.

Agora, será feita uma política de manutenção ou pequena alteração no volume dos estoques, então serão vendidos, portanto, mesmo em um preço mais baixo que é o que está agora. O início da produção do projeto Cerrado, a nova fábrica que representa um dos maiores empreendimentos da Suzano, localizada em Ribas do Rio Pardo (MS), deve alterar significativamente o equilíbrio entre oferta e demanda de celulose. O fenômeno pode provocar riscos de redução nos preços da celulose no curto prazo. Isso certamente acontecerá, e a empresa colocará cerca de dois milhões e meio de toneladas de celulose no mercado e obviamente se criar um desbalanço temporário nessa relação de demanda, preços e estoques. Certamente haverá um impacto. Houve experiências semelhantes em unidades como Três Lagoas e Imperatriz.

São várias fábricas que entraram nessa turbulência de curto prazo e isso faz parte. Os investimentos para o projeto Cerrado estão planejados para o longuíssimo prazo. A visão é positiva para demanda de celulose e suas características sustentáveis. A demanda por madeira vai crescer no futuro. Esse desbalanceamento é temporário e, ao longo do tempo, a demanda vai absorvendo esses volumes. A Suzano comentou que não está olhando os resultados apenas para o próximo trimestre, mas para a próxima década. Há boas perspectivas para presença da celulose de fibra curta no mercado. A fábrica do projeto Cerrado tem capacidade para produzir grandes volumes do produto (2,3 mtpa). Uma coisa muito importante é o ganho de market share da fibra curta sobre a fibra longa, isso é uma coisa que vem acontecendo há muito tempo e continuará acontecendo nos próximos anos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.