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26/Abr/2023

Preços ao Produtor Agropecuário recuam em 2023

Depois de subirem pouco mais de 10% em 2022, os preços ao produtor agropecuário iniciaram 2023 em queda. No primeiro trimestre de 2023, o IPPA/Cepea (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários) acumulou queda nominal de 8% frente ao mesmo período de 2022. Em relação ao último trimestre de 2022, a baixa foi de 4%. Como comparação, também no primeiro trimestre de 2023 frente ao mesmo período de 2022, os preços industriais (IPA-OG-DI produtos industriais), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), permaneceram praticamente estáveis (+0,6%), mas os internacionais dos alimentos (FAO Food Index) recuaram 11,4% e a taxa câmbio (R$/US$) se desvalorizou 0,8%. Entre o último trimestre de 2022 e o primeiro de 2023, os preços internacionais dos alimentos e a taxa de câmbio caíram 3,7% e 1,1%, respectivamente, enquanto os preços industriais mostraram estabilidade (-0,03%).

O movimento de queda no Índice geral nos primeiros anos de 2023 esteve atrelado sobretudo às baixas observadas para o IPPA-Grãos/Cepea, de fortes 12,5% frente ao primeiro trimestre de 2022, reflexo dos recuos observados para algodão (-26,6%), milho (-12,3%), soja (-12,8%) e trigo (-5,1%). No caso do algodão, apesar da entressafra, os preços internos e, sobretudo, externos da pluma caíram ao longo dos três primeiros meses de 2023, pressionados por condições econômicas adversas nos cenários mundial e brasileiro, que geraram receio entre agentes e limitaram as vendas de manufaturas. Parte dos vendedores também cedeu nos valores, especialmente porque as vendas internas estiveram mais atrativas que a paridade de exportação. Quanto ao milho, os principais fundamentos para a queda foram a elevada produção da safra de verão (1ª safra 2022/2023), o clima favorável ao desenvolvimento da 2ª safra de 2023 e, principalmente, a redução da demanda interna, com compradores e exportadores limitando as aquisições de novos lotes.

Para a soja, agentes de mercado indicam que a produtividade e a qualidade da safra 2022/2023 estão excelentes na maior parte do País, reforçando as estimativas de produção recorde e, consequentemente, a pressão sobre os preços da oleaginosa. Em relação ao trigo, especialmente em março, o foco de produtores brasileiros esteve voltado à colheita e negociação da safra de verão (1ª safra 2022/2023) e à preparação para o cultivo da temporada de inverno. A demanda, por sua vez, esteve fraca. Esse cenário, atrelado às desvalorizações externas do trigo, resultou em quedas nos preços internos do cereal. Outros Índices também recuaram entre o primeiro trimestre de 2022 e o primeiro trimestre deste ano, reforçando a retração do IPPA/Cepea no início de 2023: o IPPA-Pecuária/Cepea caiu 0,4% e o IPPA-Cana e Café/Cepea, expressivos 9,8%. O IPPA-Hortifrutícolas/Cepea foi o único que avançou (+7,5%), sendo influenciado pelas valorizações observadas para a batata (+9,5%), a banana (+5,1%), a laranja (+21,0%) e a uva (+11,7%). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.