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25/Abr/2023

Embrapa defende pagamento por serviços ambientais

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que comemora 50 anos, a produção sustentável é uma das tendências que norteiam a atuação da empresa para os próximos anos. Foi citado o trabalho desenvolvido na agricultura e pecuária de baixo carbono. Os clientes no mundo todo vão seguir preocupados em comprar produtos do Brasil, mas que venham de sistemas produzidos de forma sustentável. É preciso avançar na questão de pagamentos por serviços ambientais. O Brasil protege e preserva dois terços do seu território, os produtores rurais em algumas regiões, pelo Código Florestal, são obrigados a preservar 80% da sua propriedade. A Embrapa deve continuar desenvolvendo projetos que contribuam para a formulação e aprimoramento de planos, programas e políticas de governo para se avançar nessa questão do pagamento de serviços ambientais.

A Embrapa teve resposta de sete cooperativas e empresas ao edital de chamamento para trabalhar com a soja de baixo carbono. Não há dúvida de que a questão da sustentabilidade e a governança ambiental, social e corporativa vai estar no centro da agenda da produção agrícola brasileira, principalmente quando se pensa no atingimento de mercados internacionais. A empresa também trabalha na adaptação e mitigação das mudanças climáticas por meio de melhoramento genético vegetal, animal e uso de aditivos, além de pesquisas e projetos para tornar os sistemas de produção agrícola, pecuária e florestal mais resilientes. O lucro social da Embrapa em 2022 foi de R$ 125,88 bilhões, gerados a partir do impacto econômico no setor agropecuário de 172 tecnologias e 110 cultivares desenvolvidas por pesquisas.

Para cada R$ 1,00 que a sociedade brasileira colocou na Embrapa no ano passado, foram devolvidos R$ 34,70. O valor é obtido por meio da divisão do lucro social pela receita operacional líquida da empresa. No ano anterior, para cada R$ 1,00 investidos, foram devolvidos R$ 23,38. É um dos maiores valores já obtidos no lucro social pela Embrapa. Entre os fatores que contribuíram para o aumento do lucro social em relação ao ano anterior, está o impacto econômico da tecnologia de fixação biológica de nitrogênio na cultura de soja. Os produtores brasileiros economizaram mais de R$ 72 bilhões em 2022 ao deixarem de comprar fertilizantes nitrogenados. As tecnologias da Embrapa proporcionaram 95.171 empregos diretos no agronegócio brasileiro, destacando quase 20 mil empregos diretos na cadeia produtiva de hortaliças no Rio Grande do Sul.

O orçamento deste ano da Embrapa é da ordem de R$ 3,7 bilhões. É um valor bastante substancial, ainda que não seja suficiente para fazer frente a todas as demandas. A empresa ainda não começou a discussão para o orçamento 2024, o que deve ocorrer ao longo deste ano. A expectativa é de que a nova gestão que em breve assume a Embrapa consiga aumentar o orçamento para que seja possível retomar alguns projetos que irão parar em função da dificuldade orçamentária do ano passado. Em algumas culturas e cadeias produtivas é possível reduzir a velocidade de um projeto e, quando houver disponibilidade de recursos, retomar o ritmo, mas isso é negativo em consequência da perda de tempo.

Para que o Brasil possa ter mais 50 anos de sucesso na agricultura, o investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação na Embrapa, nas universidades, nas organizações estaduais deve se manter constante, caso contrário, haverá prejuízo no desenvolvimento de novas soluções. A falta de investimento agora pode impactar daqui 5 a 10 anos. É muito importante que os valores sejam repostos e que haja recursos necessários e suficientes. Quanto ao quadro de pessoal, o último concurso ocorreu em 2010 e as contratações foram feitas em 2014. Em 2019, a empresa realizou programa de demissão incentivada que levou à saída de 1,2 mil funcionários. É preciso fazer um novo concurso. A atual gestão já iniciou os estudos básicos iniciais. Até 2024, a Embrapa deve fazer novos concursos públicos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.