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20/Abr/2023

Dólar avança com a reação negativa ao arcabouço

O dólar emplacou nesta quarta-feira (19/04) a terceira sessão consecutiva de alta no Brasil, superando a barreira psicológica dos R$ 5,00, com participantes do mercado reagindo negativamente à apresentação ao Congresso do texto do novo arcabouço fiscal, em um dia de ganhos para o dólar também no exterior. A avaliação de que a proposta do arcabouço traz inconsistências e exime o governo de responsabilidades pelo descumprimento das metas fiscais afetou os negócios. Além disso, a quarta-feira (19/04) também foi marcada pela aversão a ativos de risco, como o Real, em todo o mundo, na esteira de dados ruins de inflação no Reino Unido. O dólar fechou a R$ 5,08, em alta de 2,20%. Foi a primeira vez que o dólar fechou acima dos R$ 5,00 desde o dia 11 de abril. A quarta-feira (19/04) começou com dados do Reino Unido, que mostraram uma inflação anualizada de 10,1% em março, acima dos 9,8% projetados pelos economistas e dos 9,2% esperados pelo banco central do país.

Os números elevaram a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco norte-americano) pode seguir com a política monetária apertada por mais tempo, o que disparou a aversão global a ativos de risco. No Brasil, isso se traduziu na alta do dólar ante o Real, movimento que foi ampliado pela percepção do mercado em relação ao novo arcabouço fiscal. Segundo o C6 Bank, quando saiu o anúncio do arcabouço, o mercado melhorou, porque retirou o risco de descontrole das contas públicas, em uma referência aos recuos do dólar ante o Real em semanas anteriores, que colocaram a moeda norte-americana abaixo dos R$ 5,00. Nesta quarta-feira (19/04), o mercado realizou um pouco os ganhos anteriores e há incertezas sobre o arcabouço. Grande parte das incertezas está ligada ao fato de que o arcabouço, para funcionar, depende de novas receitas. O governo fala que aumento de imposto não está na mesa, então teria que ser via redução de desonerações de impostos.

Mas, retirar desoneração de algum setor sempre vai ser difícil no Congresso. Há ainda um desconforto com o fato de, no arcabouço, não haver responsabilização do governo em caso de descumprimento de metas. Além disso, alguns defendem que as contas do governo não fecham. Essa percepção deu força às taxas dos contratos futuros e fez o dólar oscilar no terreno positivo ante o Real durante toda a sessão. Para a Correparti Corretora, as regras fiscais parecem ser menos eficientes que o esperado e não dizem de onde vai sair o dinheiro. Há um mau humor no mercado, que correu para o dólar. No exterior, o dólar também se mantinha em alta ante outras moedas, mas em percentuais menores. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,23%, a 101,950. O Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de junho. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.