ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

19/Abr/2023

EUA e Europa condenam falas de Lula sobre guerra

Segundo o porta-voz de segurança nacional na presidência norte-americana, John Kirby, a posição adotada pelo Brasil com relação à guerra na Ucrânia é considerada profundamente problemática e equivocada. Ele fez duras críticas às recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem citar o nome do mandatário brasileiro, quando acusou o Brasil de repetir propaganda da Rússia e da China. Para o governo norte-americano, é profundamente problemático como o Brasil abordou de forma substancial e retórica esta questão, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa de alguma forma não estão interessados na paz ou que compartilham a responsabilidade pela guerra. O Brasil está repetindo propaganda russa e chinesa sem olhar para os fatos. A União Europeia também rebateu declarações de Lula e negou contribuir para prolongamento da guerra na Ucrânia.

A Comissão Europeia negou que as ações do bloco tenham alimentado o conflito e enfatizou que a Rússia é a agressora neste caso. A União Europeia ajuda a Ucrânia a exercer seu direito legítimo de autodefesa. Lula voltou a afirmar que a responsabilidade pela invasão russa na Ucrânia é tanto da Rússia quanto da Ucrânia. Ao defender sua ideia de criar um clube de paz para negociar com Rússia e Ucrânia, ele também criticou a posição dos Estados Unidos e da União Europeia, sugerindo que europeus e norte-americanos prolongam o conflito. Durante a visita à China, o presidente brasileiro chegou a dizer que Estados Unidos incentivam a guerra e novamente colocou em posição de equivalência os mandatários da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Segundo Lula, é preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz.

É preciso que a União Europeia comece a falar em paz para que seja possível convencer o Putin e o Zelensky de que a paz interessa a todo mundo e a guerra só está interessando aos dois, afirmou o presidente brasileiro. A comunidade internacional condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia, que teve início com bombardeios ordenados pela Rússia contra alvos militares ucranianos. Na Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil condenou também a invasão russa à nação vizinha, mas Lula tem relativizado o conflito em declarações recentes. Na segunda-feira (17/04), o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, visitou Brasília e disse que Brasil e Rússia têm visões coincidentes sobre a guerra da Ucrânia. O porta-voz americano afirmou que os Estados Unidos querem o fim da guerra e apoiam os apelos de Zelensky pela paz. Isso poderia acontecer imediatamente, se Putin parasse de atacar.

A União Europeia reagiu às acusações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que Estados Unidos e Europa contribuiriam para o prolongamento da guerra na Ucrânia. A Comissão Europeia, Peter Stano, negou que as ações do bloco tenham alimentado o conflito e enfatizou que a Rússia é a agressora. A Comissão Europeia lembrou que o Brasil votou a favor da resolução que condena a decisão da Rússia de invadir a Ucrânia e determina que o governo russo retire todas as tropas do território ucraniano. A Ucrânia é vítima de uma agressão ilegal que viola a Carta das Nações Unidas. Em viagem aos Emirados Árabes Unidos, Lula voltou a criticar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e propôs a criação de um fórum semelhante ao G20 que busque uma solução pacífica no Leste Europeu. Em resposta, a Comissão Europeia argumentou que a União Europeia apoia iniciativas de paz desde antes da invasão russa.

O bloco ofereceu ao governo russo diversas oportunidades para apresentar suas preocupações de maneira civilizada. Todas as alternativas foram respondidas com uma escalada das hostilidades pelo presidente russo, Vladimir Putin. A União Europeia apoia a paz o mais breve possível, mas não se ode esquecer que a Ucrânia é que a vítima, então é a Ucrânia que definirá sob quais condições possíveis conversas de paz começarão. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse não concordar com a crítica feita pelo porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, que afirmou que o Brasil “está papagueando a propaganda russa e chinesa”. A fala do ministro ocorreu após encontro entre o chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o ministro, Brasil e a Rússia completam neste ano 195 anos de relações diplomáticas com embaixadores residentes.

São dois países que têm uma história em comum. Questionado se ele concordava com o conteúdo, o chanceler negou. Em janeiro, durante visita do chanceler alemão Olaf Scholz ao Brasil, Lula chegou a dizer que a Rússia estava errada em invadir o país vizinho, mas também sinalizou para culpa na própria Ucrânia. De acordo com o ministro, as conversas de Lavrov com ele e com Lula trataram sobre paz, não sobre guerra, em referência ao conflito entre Ucrânia e Rússia. Lula só reiterou que está disposto a trabalhar pela paz. O ministro contou que Lavrov foi portador de uma carta do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que convidou Lula a ir à Rússia para o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF), que ocorre em junho. De acordo com Vieira, foram identificadas uma série de temas de grande interesse entre Brasil e Rússia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.