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18/Abr/2023

Recuo de commodities não está ligado ao câmbio

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o recuo nos preços do atacado de commodities, como soja, milho e café, que puxaram a já esperada deflação no Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) de abril, ainda não traz o efeito recente da valorização do Real. O IGP-DI recuou 0,58% em abril, puxado por uma queda de 0,96% no IPA-10, componente que mede os preços no atacado. A taxa de câmbio acumula queda de cerca de 6% neste ano. É preciso que a desvalorização recente do dólar se estabilize, na média dos próximos 30 dias, para levar a mais uma rodada de recuo nos preços internos dessas commodities. Não existe na apuração de abril uma contribuição de câmbio. O alívio teria que se manter por mais tempo.

A taxa de câmbio tem sido muito influenciada pela percepção de risco fiscal e há muita incerteza sobre os rumos da cotação do dólar. Apesar dessas incertezas, se houver confirmação do novo patamar do câmbio, poderá haver um “desconto a mais na inflação”. Na leitura de abril do IGP-10, o alívio nos preços das commodities agrícolas sinaliza para a continuidade de um cenário mais benigno para a inflação de alimentos. No IPA-10 de abril, os alimentos acumulam alta de 0,99% em 12 meses, enquanto a alimentação ao consumidor acumula alta de 7,04% até março, conforme o IPCA, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa discrepância sugere que ainda há espaço para os preços dos alimentos seguirem desacelerando nos próximos meses.

O problema é que as principais fontes de pressão no cenário de inflação deste ano vêm dos serviços e de preços administrados. Os alívios sinalizados pelos IPAs dos IGPs nos últimos meses, nos bens duráveis e nos alimentos vêm se confirmando, mas pouco influenciam na dinâmica dessas principais fontes de pressão. Mesmo no caso dos combustíveis, cuja formação de preços é afetada pelo câmbio, os reajustes recentes estão mais relacionados à tributação. No máximo, essa valorização do Real pode ajudar a brecar aumentos do preço do petróleo, tendo em vista o anúncio recente de corte na produção pelos membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.