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18/Abr/2023

Brasil reforçando os laços econômicos com a China

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou, na sexta-feira (14/04), sua visita oficial à China. A viagem serviu para reforçar laços econômicos do Brasil com seu maior parceiro comercial e, ao mesmo tempo, foi usada para salientar uma política externa associada a uma nova orientação internacional e multipolar. O presidente brasileiro ressaltou a tradição da diplomacia de neutralidade do País, mas fez gestos de alinhamento com pautas importantes da diretriz externa chinesa. No ponto alto do encontro, Lula participou de uma reunião fechada com o presidente da China, Xi Jinping. Eles assinaram 15 acordos bilaterais. Entre eles está a criação de mecanismos para a facilitação do comércio entre os dois países, assim como para o desenvolvimento da pesquisa e da inovação, além de memorandos em outros setores.

Um protocolo conjunto determina sobre o desenvolvimento do satélite sino-brasileiro de recursos terrestres CBERS-6. O satélite será usado para monitorar o desmatamento na Amazônia e em outros biomas. Outro memorando trata do entendimento sobre requisitos sanitários e de quarentena para carne a ser exportada do Brasil para a China. Um dos memorandos prevê parceria em temas como tecnologias de comunicação sem fio, computação em nuvem, big data, inteligência artificial, internet das coisas e tecnologias para indústria. Lula inaugurou sua visita oficial com uma defesa do uso de moedas locais no comércio entre países integrantes dos Brics (sigla formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Esta é uma estratégia que marca a política externa e financeira do país asiático: a redução da dependência da moeda americana e o aumento da circulação do yuan.

Manifestação conjunta dos dois países informa que o Brasil reiterou aderir firmemente ao princípio de uma só China, destacando que Taiwan é uma parte inseparável do território chinês. Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o tom do presidente brasileiro foi acima do necessário. O perigo é ser malcompreendido no sentido de parecer que está tomando um lado. Analistas internacionais viram a assinatura de acordos como importante sinalização de incremento do comércio bilateral, que possa substituir a atual ênfase em produtos de baixo valor agregado, mas sem efeito imediato. Sinaliza a importância da China. É importante ver se isso se transforma efetivamente em algo. O grande interesse brasileiro é a China investindo principalmente em infraestrutura.

O líder chinês afirmou que Brasil e China são os maiores expoentes dos países em expansão no mundo. São os maiores países em desenvolvimento e importantes mercados emergentes dos dois hemisférios e há interesses em comum. Na avaliação do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), o encontro imprime um novo dinamismo econômico e comercial às relações bilaterais entre os dois países e recoloca a diplomacia presidencial no coração da política externa. Na visão de Lula, a organização da ordem internacional sob uma matriz geopolítica multipolar é um imperativo necessário para o equilíbrio e a distribuição de poder nas relações internacionais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.