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17/Abr/2023

Brasil e China: declaração conjunta aborda 49 itens

O Ministério das Relações Exteriores divulgou, na sexta-feira (14/04), uma declaração conjunta com o governo chinês que trata dos entendimentos diplomáticos entre os dois países. A declaração, que conta com 49 itens e foi publicada em português e inglês, traz como principal ponto a informação de que o Brasil reiterou aderir “firmemente ao princípio de uma só China”. Para o governo brasileiro, portanto, o governo da República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China, enquanto Taiwan é uma parte inseparável do território chinês. O Brasil reconhece a China desde 1974 e ao fazê-lo o País já concordou com a premissa de uma só China, mas a declaração, em comunicado oficial emitido à imprensa, ocorre em meio às tensões crescentes entre Estados Unidos e China na região. No início do mês, os norte-americanos iniciaram exercícios militares nas Filipinas dias após a China realizar manobras militares no estreito de Taiwan.

Taiwan, uma ilha de 23 milhões de pessoas, é um ponto de tensão entre os governos de Estados Unidos e China. Agora, essas tensões cresceram com manobras militares da China no Estreito de Taiwan. A China também anunciou sanções econômicas. O atual cenário começou pela visita da então presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan. O comunicado vai além: “Ao reafirmar o princípio da integridade territorial dos estados, apoiou o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan. A parte chinesa manifestou o grande apreço a esse respeito”. Um dos temas mais aguardados do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, a guerra da Ucrânia, também aparece no comunicado conjunto, mas de maneira pouco incisiva. As partes reafirmam que diálogo e negociação são a única saída para a crise da Ucrânia e que todos os esforços conducentes à solução pacífica da crise devem ser encorajados e apoiados.

O Brasil já havia demonstrado anteriormente a ambição de ajudar mais decisivamente na mediação do conflito entre Ucrânia e Rússia e que já dura mais de um ano. A visita do presidente Lula, entretanto, girou muito em torno de aspectos econômicos, sobretudo pelas declarações do presidente brasileiro a respeito do dólar como moeda de lastro entre negócios. Outro assunto alvo de polêmica no País durante a fase mais aguda da pandemia do coronavírus, as vacinas produzidas na China, e sobretudo importadas pelo então governador de São Paulo, João Doria, esteve no comunicado. Embora elas tenham sido alvo de desinformação, a declaração atestou que as vacinas chinesas foram fundamentais no combate à pandemia no Brasil e contribuíram para que se salvassem milhões de vidas brasileiras. No fim de 2020, Jair Bolsonaro, então presidente da República, afirmou que a chinesa Coronavac causava “morte, invalidez e anomalia”. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.