17/Abr/2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na sexta-feira (14/04), de cerimônia no Grande Palácio do Povo com o presidente Xi Jinping para assinatura de 14 acordos bilaterais. Um outro acordo já foi assinado, totalizando 15 ao todo, em temas como agricultura, ciência e tecnologia. A assinatura aconteceu com a presença de ministros como Marina Silva, do Meio Ambiente, Fernando Haddad, da Fazenda e governadores. A cerimônia atrasou, porque a reunião bilateral de Lula e o presidente chinês acabou se estendendo mais que o esperado. O presidente Lula disse em reunião fechada com o presidente da China, Xi Jinping, que "ninguém vai proibir que o Brasil aprimore suas relações" com a China. Lula afirmou que a visita a gigante chinesa de tecnologia Huawei, na quinta-feira (13/04) em Xangai, foi uma demonstração de que o Brasil não tem preconceito nas suas relações comerciais.
A Huawei foi taxada pelo ex-presidente dos Estados Unidos de fazer espionagem e o governo norte-americano pressionou o governo brasileiro para não adotar a tecnologia 5G da empresa chinesa. Ainda na reunião fechada com o presidente Xi Jinping, Lula afirmou que as relações entre os dois países precisam ir além da questão comercial e avançar para campos como ciência e tecnologia, educação e cultura. A ideia é que a relação Brasil China transcenda a questão comercial. Lula disse que conta com a China "na luta para preservar a Terra". Nesse contexto, falou da transição energética e da meta do Brasil de chegar em 2030 a desmatamento zero na Amazônia. Na reunião bilateral, Lula afirmou estar convencido de que o desenvolvimento da agricultura brasileira não precisa de desmatamento irresponsável e muito menos de queimadas.
Segundo Lula, o Brasil pode praticamente dobrar sua produção agrícola recuperando as terras degradadas, sem precisar derrubar nenhuma árvore. Em seu primeiro compromisso de sexta-feira (14/04), o presidente Lula se reuniu com o presidente da empresa de energia elétrica State Grid. Lula reforçou a importância dos investimentos chineses no Brasil, e a expectativa é de que a companhia participe de leilões previstos para este ano no País. O Brasil deve realizar leilões de transmissão que podem somar R$ 50 bilhões em 2023. O primeiro deles deve ser em junho, e a chinesa pode ser uma das interessadas. A State Grid controla a CPFL no Brasil, além de 19 concessionárias e linhas de transmissão em 14 Estados. Na China, a State Grid está presente em 88% do território do país e presta serviços para mais de 1 bilhão de pessoas.
Lula ressaltou ainda o foco do governo brasileiro em investimentos em energias renováveis e na ampliação da rede de transmissão, integrando projetos de geração eólica e solar com a rede convencional. O objetivo do Brasil é construir, com parcerias, as coisas que precisam ser feitas, ressaltou Lula. O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou que é natural o Brasil buscar parcerias com a China por se tratar da principal economia da Ásia, e que há expectativa de acordos para investimento chinês dentro do Brasil. o governo quer que a China invista mais no Brasil. o País é o quarto destino dos investimentos chineses, mas as oportunidades de parceria são muito grandes. A parceria com a China é importante para o fortalecimento da indústria nacional, especialmente a indústria focada em energia renovável. O Brasil sofreu uma desindustrialização, a participação da indústria passou de 30% do PIB para 10%.
Há expectativa por parte do governo brasileiro de que a China faça uma compra importante de aviões da Embraer. A parceria é um ganha-ganha, é bom para a população dos dois países, reforçou Alckmin. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, na sexta-feira (14/04), que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem como prioridade a reindustrialização da economia brasileira, com o apoio do capital chinês. A China continua entusiasmada a participar de concessões no Brasil. Uma das conversas na viagem ao país asiático foi para a instalação de uma fábrica de veículos elétricos chinesa no Brasil, da montadora BYD, que já produz 400 mil unidades por ano e quer ficar com a fábrica da Ford na Bahia.
As empresas norte-americanas deixaram o Brasil nos últimos anos, enquanto as chinesas entraram no País. O governo brasileiro, porém, não tem preferência por este ou aquele parceiro comercial. Não faz sentido se aproximar da China e se afastar dos Estados Unidos. O Brasil busca as melhores relações com Estados Unidos e a União Europeia, afirmou o ministro, ressaltando que espera mais parcerias com esses mercados. A agenda de Lula ainda prevê o fortalecimento do Mercosul, até para conseguir maior poder de negociação no comércio internacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.