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17/Abr/2023

Europa: cenário econômico permanece desafiador

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Europa conseguiu evitar uma recessão e mostrou resiliência, mas continua encarando desafios. Destaque para o combate à inflação, a sustentação da recuperação econômica e a salvaguarda da estabilidade financeira. A atividade econômica desacelerou acentuadamente na Europa conforme a inflação reduziu o poder de compra das famílias, o crescimento de parceiros comerciais importantes desacelerou e o aperto monetário começou a pesar. A projeção para a Europa é de crescimento lento e inflação persistente.

Para as economias avançadas da Europa, a previsão é de que o crescimento desacelere de 3,6% em 2022 para 0,7% em 2023, e aumente para 1,4% em 2024. Nas economias emergentes europeias (excluindo Rússia, Ucrânia, Bielorrússia e Turquia), o crescimento deverá cair de 4,4% para 1,1% neste ano, e depois subir para 3% em 2024. A inflação deverá ser reduzida graças a preços de energia mais baratos e a melhora nos gargalos das cadeias de suprimento. A projeção é de inflação média de 5,6% nas economias avançadas e de 11,7% nas economias emergentes da Europa. Mesmo assim, o núcleo de inflação deve permanecer acima das metas dos bancos centrais até pelo menos o fim de 2024, conforme muitas das economias chegam perto de atingir sua capacidade total e os mercados de trabalho permanecem apertados.

O FMI defendeu que novos aumentos nas taxas de política monetária são necessários na zona do euro. Nos bancos centrais de economias emergentes da Europa, onde as taxas de juros estão baixas, o mercado de trabalho está apertado e o retorno da inflação à meta não está previsto, também devem se preparar para aumentar ainda mais. Bancos centrais de toda a Europa devem manter a política monetária apertada até que o núcleo da inflação inequivocamente volte às metas de inflação. O curso das taxas deve ser adaptado às mudanças nas condições financeiras.

Importante destacar que a dependência da Europa por petróleo e gás da Rússia caiu significativamente. A maior parte do petróleo russo utilizado no bloco foi substituída por outras fontes de importação e, portanto, não se espera uma séria interrupção no fornecimento para economias europeias. A dependência por gás russo caiu de 40% antes da guerra na Ucrânia para 10% agora. Isso é reflexo de fornecedores alternativos e particularmente da entrada do LNG (gás natural liquefeito) na Europa. O mesmo vale para o petróleo russo e derivados, que estão sendo substituídos por outros canais de importação.

De toda forma, ainda há claros riscos em relação à segurança energética na Europa em 2023 e 2024, sobretudo no lado dos preços. No entanto, esses riscos são menores que os registrados no passado. Não se espera as mesmas preocupações do inverno de 2022-2023 porque a Europa está em uma situação melhor, tendo diversificado as importações de gás e em termos de demanda reduzida. Há o risco, no entanto, de a recuperação da China após fim das medidas contra Covid-19 ser maior que o esperado, o que colocaria pressão nos preços da Europa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.