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14/Abr/2023

América Latina: agenda econômica é desafiadora

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), ainda que tenha se antecipado à subida de juros, a América Latina tem uma agenda desafiadora à frente. Os países da região precisam reequilibrar suas economias, sem deixar de lado o fiscal, que é fundamental no trabalho de combate à inflação. O crescimento da América Latina deve desacelerar para 1,6% neste ano, após notáveis 4% em 2022. O Brasil deve acompanhar o ritmo e diminuir sua expansão para 0,9% em 2023 ante 2,9% no exercício anterior. Por outro lado, o custo de vida da população começa a se reduzir. Depois de atingir 10% no ano passado, a inflação ao consumidor nas maiores economias da América Latina caiu para 7% em março, ainda consideravelmente acima da meta. No Brasil, a inflação é esperada para cair de 9,3% em 2022 para 5,0% no exercício atual e 4,8% em 2024. As pressões sobre os preços parecem ter chegado ao pico, mas a inflação subjacente permanece alta, prejudicando desproporcionalmente as famílias de baixa renda.

Para mitigar o risco de que a inflação se torne enraizada, a política fiscal pode ajudar a monetária a reduzir as pressões do lado da demanda. A combinação de uma forte demanda interna, rápidos aumentos de salários e pressões amplas sobre os preços representa o risco de que a inflação na região permaneça em um nível alto. Nesse contexto, é fundamental restabelecer a estabilidade de preços. Embora a maioria dos países da região tenha dado passos importantes rumo à estabilidade de preços nas duas últimas décadas, o histórico da região contém muitos exemplos de como uma inflação alta pode desestabilizar a economia e alimentar a desigualdade ao prejudicar principalmente os grupos mais vulneráveis. O FMI reconhece que o trabalho pesado já foi feito pelos bancos centrais, com os fortes aumentos dos juros. Mas, caso as pressões inflacionárias persistam, as autoridades monetárias precisarão manter-se firmes até que os preços engrenem em uma trajetória inequivocamente descendente. É provável que seja necessário manter os juros altos durante grande parte deste ano e, em alguns casos, até mesmo no próximo ano.

Isso orientará a inflação de volta para a meta até o fim de 2024 ou início de 2025. A recente turbulência bancária nos Estados Unidos e na Europa tem potencial de restringir as condições financeiras globais, o que ajudaria ainda mais a esfriar a demanda. Reequilibrar a política econômica não será uma tarefa fácil, considerando elevadas demandas por gastos sociais na América Latina, com problemas graves de distribuição e equidade social. A região deve priorizar a adoção de políticas fiscais que cobrem dos ricos sua parcela justa nesta conta. Isso não significa que as autoridades não terão de fazer sua parte. Precisam poupar, mas sem cortar programas sociais fundamentais nem gastos com saúde, educação e infraestrutura pública. Essa agenda é desafiadora, mas restabelecer a estabilidade de preços é fundamental para proteger os pobres e atender às demandas sociais de forma duradoura. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.