14/Abr/2023

A Engie Brasil Energia afirmou que o cenário atual, com preços da energia próximos do piso regulatório e perspectiva de manutenção de níveis baixos pelos próximos anos, coloca em risco o futuro da transição energética. O preço praticado hoje desestimula os investidores a fazerem novos parques eólicos, novos parques solares, e isso desmonta toda a cadeia de valor. Os anúncios de fechamento da fábrica brasileira de equipamentos eólicos da GE, no ano passado, e da unidade da Siemens Gamesa, neste ano é um exemplo disso. A perspectiva é de quatro a cinco anos de excesso de oferta de energia, ampliada pelo elevado estoque de água nos reservatórios das hidrelétricas, que registram atualmente 87% de armazenamento, patamar não visto há muitos anos.

A oferta de energia vem crescendo de forma descontrolada e fora do planejamento, muito em função do subsídio "mascarado" para a autoprodução estruturada. Nesse modelo, os consumidores assinam contratos de compra e venda de energia (PPAs) que preveem uma pequena participação no ativo de geração, qualificando-o assim como "autoprodutor". Com isso, ele deixa de pagar encargos setoriais, que acabam pesando nos demais agentes do setor. Diante desse cenário, deve ser feita uma “caça” aos subsídios que não são mais necessários para o desenvolvimento da energia renovável no Brasil. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) lidera esse movimento.

A solução passa por buscar condições para aumentar o consumo de energia elétrica no País, incluindo por meio de maior intercâmbio de energia com países vizinhos. É preciso criar condições para a reindustrialização, com utilização de capacidade produtiva ociosa ou unidades fabris que foram descontinuadas, como smelters de alumínio que estão parados no Brasil, ter uma política de governo para reindustrialização, com uma rápida retomada do consumo, e dessa maneira reduzir essa pressão maligna na cadeia de valor da energia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.