ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

12/Abr/2023

Inflação: preços de alimentos arrefecem em março

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou março com alta de 0,71%, ante um avanço de 0,84% em fevereiro. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 2,09%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 4,65%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,64% em março, após uma elevação de 0,77% em fevereiro. Com o resultado, o índice acumulou alta de 1,88% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 4,36%, ante taxa de 5,47% até fevereiro. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. A alta de 0,71% registrada pelo IPCA em março foi a menor taxa para o mês desde 2020, quando subiu 0,07%. No mês de março de 2022, o IPCA tinha sido de 1,62%. A taxa em 12 meses passou de 5,60% em fevereiro para 4,65% em março. O resultado foi o mais baixo desde janeiro de 2021, quando estava em 4,56%.

A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,25%, que tem teto de tolerância de 4,75%. Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,05% em março, após alta de 0,16% em fevereiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,01% para o IPCA, que subiu 0,71% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 0,14% em março, após ter avançado 0,04% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,6%, ante alta de 0,5% em fevereiro. Os preços de Transportes subiram 2,11% em março, após alta de 0,37% em fevereiro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,43% para o IPCA de março. A gasolina aumentou 8,33%, subitem com maior impacto individual no índice do mês, 0,39%. O etanol subiu 3,20%. O gás veicular recuou 2,61%, e óleo diesel diminuiu 3,71%. As passagens aéreas passaram de uma queda de 9,38% em fevereiro para recuo de 5,32% em março. As tarifas de táxi subiram 0,52%.

Também houve aumentos no ônibus intermunicipal (0,90%). As tarifas de ônibus urbano avançaram 0,84%. O trem aumentou 6,35%. O pedágio subiu 0,24%. As famílias brasileiras gastaram 0,57% a mais com habitação em março, uma contribuição de 0,09% para a taxa de 0,71% registrada em março. A alta foi puxada pelo aumento de 2,23% na energia elétrica residencial, que resultou numa contribuição de 0,09% para o IPCA no mês. A taxa de água e esgoto teve alta de 0,03%. O gás encanado caiu 0,11%. Oito dos nove grupos que integram o IPCA registraram altas de preços em março. As famílias gastaram menos apenas com Artigos de residência, -0,27%, uma contribuição de -0,01%. O resultado foi puxado pelas quedas nos preços dos itens de tv, som e informática (-1,77%), sobretudo, do televisor (-2,15%) e do computador pessoal (-1,08%). Os eletrodomésticos e equipamentos recuaram 0,23%, após alta de 0,45% em fevereiro.

Na direção oposta, houve elevação de gastos com Alimentação e bebidas (0,05%, impacto de 0,01%), Transportes (2,11%, impacto de 0,43%), Saúde e cuidados pessoais (0,82%, impacto de 0,11%), Despesas pessoais (0,38%, impacto de 0,04%), Educação (0,10%, impacto de 0,01%), Habitação (0,57%, impacto de 0,09%), Comunicação (0,50%, impacto de 0,02%) e Vestuário (0,31%, impacto de 0,01%). Todas as 16 regiões investigadas pelo IBGE registraram alta de preços em março. O resultado mais elevado foi observado em Porto Alegre (RS), 1,25%, enquanto o mais brando ocorreu em Fortaleza (CE). O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 65% em fevereiro para 60% em março. A difusão de itens alimentícios passou de 62% em fevereiro para 56% em março. Já a difusão de itens não alimentícios saiu de 68% em fevereiro para 63% em março. Segundo o Citi, a inflação desacelerou além do esperado no IPCA de março. A principal surpresa do indicador foi a deflação de 0,14% registrada pelo núcleo de alimentação no domicílio, após alta de 0,04% em fevereiro.

Resumidamente, os preços dos alimentos em casa foram a principal surpresa, enquanto outros componentes ficaram praticamente em linha com as expectativas. As medidas de inflação subjacente também surpreenderam para baixo, com destaque para a média dos núcleos em 0,4%, após 0,7% em fevereiro. À frente, o Citi espera que a inflação acumulada em 12 meses do IPCA siga desacelerando, até atingir a mínima de 3,9% no mês de junho, mas reacelerando até o final do ano. Para o mês de abril, a projeção para o IPCA é de 0,65%. A ASA Investments espera que os resultados dos próximos meses sejam mais baixos, girando ao redor de 0,50%. Houve uma surpresa baixista nos preços dos alimentos, com ênfase para proteínas, especialmente carnes. O grupo Alimentação e bebidas desacelerou (de 0,16% para 0,05%), com deflação registrada em Alimentação no domicílio (0,04% para -0,14%). Os bens industrializados voltaram a apresentar desaceleração mais consistente, com deflação no grupo Artigos de Residência (0,11% para -0,24%), sazonalidade mais próxima do habitual em Vestuário (-0,24% para 0,31%). Os serviços, em contrapartida, apresentaram modesta desaceleração, seguindo ainda em nível elevado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.