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12/Abr/2023

Centro-Oeste: renda do agronegócio atrai bancos

Impulsionada pelo agronegócio, a riqueza dos moradores da Região Centro-Oeste do País passou a ser alvo de disputa no mercado de investimentos. E não é para menos. No ano passado, a região subiu de patamar e alcançou a Região Sudeste com a maior proporção de investidores em relação à população local. Em 2022, 43% dos habitantes da Região Centro-Oeste disseram aplicar em algum produto financeiro, dos mais simples, como a poupança, aos mais complexos, uma alta de 10% na comparação com o levantamento de 2021, de acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Nos últimos anos, o agronegócio tem destoado do resto da economia brasileira e contribuído de forma direta para esse desempenho positivo da Região Centro-Oeste. Em um cenário de baixo desemprego, a massa de renda de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal somou quase R$ 28 bilhões em 2022, um crescimento de 26% em 10 anos.

Nesse mesmo período, a massa total do País aumentou 17%. Os maiores ganhos foram observados durante a pandemia por causa do boom de commodities e das safras recordes. Mais do que impulsionar a renda do produtor, o setor tem sido capaz de dar dinamismo para toda a cadeia da economia local, beneficiando a indústria e o comércio instalados na região. A participação do agronegócio na economia brasileira é enorme, de 25% do PIB, afirma a XP. Na esteira do bom momento do Centro-Oeste, a XP deu início a um road show no mês passado por 16 cidades da região para formar e contratar assessores de investimentos e, claro, buscar mais clientes. O ponto de partida foi Brasília. Nas próximas semanas, serão visitadas cidades expoentes do agronegócio na região, como Lucas do Rio Verde, Rondonópolis e Sorriso. A empresa não tem uma meta definida para a contratação de novos assessores, mas o plano inicial é ampliá-la dos atuais 50 para 150 profissionais na Região Centro-Oeste até o fim do ano.

Em potencial de ativos sob custódia na região, a estimativa da XP é de subir de R$ 3 bilhões para R$ 6 bilhões em 2023. A busca pela riqueza da Região Centro-Oeste também passou a ser o foco dos escritórios que miram as grandes fortunas. Neste ano, o family office suíço Julius Baer criou uma posição exclusiva para buscar clientes da região. Um dos objetivos é mostrar o conceito de family office, que é diferente e, de certa forma, novo na gestão de patrimônio. No País, o volume mínimo exigido pelo escritório é de R$ 25 milhões. A presença da companhia na região faz parte de uma estratégia global da empresa. Com US$ 500 bilhões administrados em 26 locais, o Brasil, ao lado de outros nove mercados, foi escolhido como prioritário pela marca. Num movimento um pouco mais antigo, a Portofino Multi Family Office nomeou há dois anos um executivo de relacionamento para atender a Região Centro-Oeste em busca de famílias com patrimônio mínimo de R$ 5 milhões. Em 2023, a meta é crescer 80%.

Na gestão do patrimônio, a capilaridade é relevante. É importante o investidor saber que tem uma pessoa, um escritório do lado dele. Se há mais investidores ligados ao agronegócio, mais produtos financeiros para o setor foram desenvolvidos nos últimos anos. Em agosto de 2021, foram lançados os Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais). De acordo com a Anbima, já são 35 fundos dessa classe de produto, que somam quase R$ 10,6 bilhões em emissão. Os fundos do agronegócio ajudaram a facilitar a entrada dessa população no mercado. É algo com que eles convivem no dia a dia, afirma a Devant Asset. O fundo criado pela Devant nasceu com patrimônio de R$ 70 milhões, e tem na carteira ativos de grandes empresas do mercado de agronegócio. Contempla, por exemplo, operações de logísticas e armazenagem de grãos. No road show da empresa, a maior parte de interessados foi da Região Centro-Oeste. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.